Empresários participam por mais 15 dias na direção do Hospital São José
16-05-2007 11:38

Renúncia dos provedores, há 15 meses em trabalho voluntário na entidade filantrópica, foi motivada por falta de apoio da Prefeitura e governo do Estado



Desde dezembro de 2005 o Hospital e Maternidade São José dos Pinhais, entidade filantrópica que atende SUS, convênio e particular, é gerido por empresários que representam a Associação Comercial, Industrial, Agrícola e Prestação de Serviços de São José dos Pinhais – Aciap. Na sexta-feira (12), após 30 dias de aviso, a diretoria deixou o comando do hospital, segundo eles, devido a falta de apoio dos governos municipal e estadual.
Hoje pela manhã (terça-feira), na sede da Aciap, durante coletiva de imprensa, a associação anunciou o resultado da reunião de segunda-feira à noite, quando o Conselho Deliberativo do Hospital e Maternidade São José dos Pinhais aceitou a renúncia da diretoria anterior, e nomeou a presidência da Associação Comercial como provedora do hospital por um prazo de 15 dias. Assumem provisoriamente o hospital o vice-presidente da Aciap, Christian Bundt, como provedor, e o presidente da Aciap, Ernesto Wiens, como vice-provedor.
A reunião o Conselho Deliberativo do hospital também definiu que no prazo estabelecido, se não houver contrapartida financeira do poder público, o hospital fechará as portas. Os 220 funcionários a partir desta terça-feira recebem aviso prévio, e ao final do mês, um terreno ao lado, de propriedade do hospital, será colocado à venda para acertos trabalhistas.
“Desde 2005, quando fomos nomeados pela Justiça para sermos responsáveis pelo hospital, nós pegamos uma entidade praticamente falida, com cerca de R$ 4 milhões em dívidas, e houve grandes avanços. Nós pagamos e negociamos várias pendências junto ao SINDESC – Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Assistência à Saúde de Curitiba e Região Metropolitana, além do acerto com fornecedores de todas as áreas médicas, e inclusive dívidas com empresas de telefonia, água e luz. Ao final de 2006 o hospital conquistou a certidão negativa de débito junto aos cartórios da cidade e os funcionários recebendo em dia. E diversas obras que iniciamos e concluímos, citadas no plano de reorganização administrativa do hospital, são projetos para diminuir as despesas e dar uma condição de atendimento aos pacientes de forma condizente com as exigências da vigilância sanitária”, disse o ex-provedor e presidente do Conselho Deliberativo da Aciap, Ivan Rodrigues, acrescentando que a exigência da Prefeitura Municipal, de reabrir o Pronto Socorro, nas atuais condições em que o hospital se encontra, é um descabimento, “o convênio com a Prefeitura de R$ 166 mil por mês terminou. Deste convênio a diretoria dispôs de 12 meses de recursos, e atualmente o hospital possui um déficit mensal de R$ 300 mil, e sem contar o que seria despesa de Pronto Socorro”, disse Rodrigues, informando ainda que a gestão dos empresários seria de 36 meses, prazo anunciado como ideal para a reestruturação da entidade, atualmente com dívida de R$ 2,3 milhões.
Para o presidente da Aciap e agora vice-provedor do hospital, Ernesto Wiens, em quinze dias o trabalho de reorganização continua, incluindo a busca de apoio financeiro da Prefeitura e governo do Estado. “Neste período vamos manter o projeto de reestruturação e tentar a captação de recursos, mas se eles não vierem, a decisão é realmente fechar o hospital e acertar as contas com os funcionários. E este caso em São José dos Pinhais é mais um exemplo do que ocorre em todo o País, onde as unidades de saúde estão com sérios problemas, e nós da classe empresarial sabemos o valor dos impostos que pagamos, como a CPMF, criada para aumentar a aplicação de verbas na saúde”, comentou Ernesto Wiens.


Publicado: Assessoria de Imprensa da ACIAP