Encontro de arquitetos e marceneiros discutiu profissionalização do setor
31-05-2007 15:36


A arquiteta Dora Lúcia Peixoto sugeriu aos marceneiros que entreguem junto com os projetos um pequeno manual de uso, como estratégia de pós-venda

A Associação Comercial, Industrial, Agrícola e Prestação de Serviço de São José dos Pinhais – Aciap SJP, promoveu na última segunda-feira à noite, em parceria com o Sebrae Paraná, a palestra A Relação das Indústrias de Móveis Sob Medida e o Arquiteto de Interiores, com a arquiteta Dora Lúcia Peixoto, da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - ASBEA.
Na ocasião, Dora Peixoto apresentou estudos de caso e comentou sobre as relações comerciais com os clientes e fornecedores, os materiais mobiliários utilizados atualmente, entre outros aspectos profissionais. “O arquiteto depende muito do trabalho de marcenaria, pois é uma relação de parceria, e o profissional de arquitetura, através do escritório e também pessoalmente, é um divulgador dos projetos dos marceneiros para diferentes públicos, residenciais, comerciais e industriais”, disse a arquiteta.
A palestra teve a participação de dez empresários e marceneiros de São José dos Pinhais, que discutiram com a arquiteta as formalizações contratuais. Na opinião de Dora Peixoto a produção de um móvel, a entrega e o pós-venda, quanto aos contratos, deve ser clara e objetiva. “É necessário entregar um orçamento ao cliente, mas não se entrega o projeto se não houver contrato assinado ou o sinal como primeiro pagamento e garantia do negócio. Se perde um cliente mas também pode ser um problema a menos. Porém, a transparência e o posicionamento ético também é um dever do marceneiro e do arquiteto”, disse Dora Peixoto, informando ainda que o uso dos móveis atualmente é diferente de décadas anteriores, “existem produtos de limpeza que não podem ser aplicados em móveis antigos, que também não reagem bem aos seladores utilizados na atual marcenaria. Uma sugestão é que os marceneiros entreguem um pequeno manual de uso do móvel para agregar valor ao pós-venda”, concluiu a arquiteta.

Mercado são-joseense
De acordo com o marceneiro do bairro Afonso Pena, João Luiz, 25 anos de profissão, em São José dos Pinhais o setor de móveis sob medida está em crescimento. “Com o aumento populacional também cresceu o número de casas e empresas, e muitos locais são pequenos, e precisam de projetos embutidos”, contou Luiz.
Para a proprietária de uma marcenaria no bairro Santos Dumont, com 20 anos de atividade, Monique Cordeiro, os clientes querem produtos exclusivos. “Existem tendências na área mobiliária onde os compradores querem algo um pouco diferente, e isto é a personalização do design do móvel”, falou Monique.


Considerações da arquiteta Dora Peixoto
O arquiteto e o marceneiro devem buscar soluções para diferentes projetos em conjunto;
O detalhamento é um diferencial positivo e também uma questão de maior atenção. Um puxador para porta de vidro pode não dar certo em uma porta de madeira;
Os arquitetos devem ver o móvel antes da pintura;
Projetos contemporâneos, como móveis para home teather, possuem diferentes necessidades de passagens de cabos e fios;
Uma marcenaria pode não precisar de uma estofaria trabalhando na mesma empresa, mas são setores que devem saber trabalhar em conjunto;
Os projetos são realizados muitas vezes dentro das residências, e este é um espaço particular das pessoas que deve ser respeitado. Da mesma forma é importante como os profissionais se apresentam e se comportam dentro das empresas e lares;
Além dos proprietários, os funcionários também devem saber como usar os móveis para não diminuir a vida útil;
As relações de ergonomia são cada vez mais importantes, pois os equipamentos residenciais e empresariais, que possam ser armazenados em armários e projetos específicos, são de diferentes empresas e dimensões, e podem mudar a cada seis meses;
Na entrega de plantas e designers gráficos, quanto mais o projeto se aproximar do produto final, menor será a surpresa do cliente.

Expomóveis
A segunda edição da Expomóveis, promovida pela Câmara Setorial da Madeira e Mobiliário, em parceria com a Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo (Sictur), acontece de 27 a 30 de setembro no Centro de Esporte e Lazer Ney Braga, nos dois ginásios, incluindo praça de alimentação na área externa.
A mostra bienal apresenta os principais profissionais e empresas do setor moveleiro da região, incentivando novos negócios e aproximando fabricantes e o mercado consumidor. Em 2005 três mil pessoas passaram pelos estandes cujos espaços estão disponíveis a locação. Informações na Aciap, 3382-1315.







Publicado: Assessoria de Imprensa da ACIAP