Parque São José: Prefeitura se mobiliza para evitar novos incidentes
27-05-2019 20:38

Dois ônibus foram incendiados no Parque São José na madruga do último domingo, 26. Quem passou pelo local na manhã da segunda-feira, 27, foi surpreendido com as carcaças dos coletivos que foram recolhidas no final da manhã. Esses ônibus, vindos de Campinas (SP), transportaram grupos que participariam de uma festa rave, a ZOOminimal, no Bioparque, em Curitiba.



Renato Bernardinelli, motorista de um dos ônibus, contou que ele e outros dois motoristas foram orientados pela organização da festa rave a pernoitar nas dependências do Parque São José, já que não havia estacionamento para ônibus na festa. “Quando foi por volta de 4:30, mais ou menos, eu ouvi um barulho no ônibus do meu amigo, mas não fiz muita questão. Daí 20 segundos depois o barulho foi mais forte, eu abri pra ver se tinha alguém mexendo ou fazendo alguma coisa, vi o ônibus em chamas, pegando fogo. Aí foi desespero para acordar o meu colega que tava no ônibus, ele tava preso no bagageiro, porque ele amarrou uma corda por dentro pra evitar de gente ir lá e abrir e fazer alguma maldade pra ele. Eu queimei minhas mão pra tentar socorrer, tentar abrir o bagageiro dele pra poder ajudá-lo”, conta ele.



Questionado se viu os autores do crime, Renato responde objetivamente. “Não, não vi. Não vi ninguém. Só achamos o galão de gasolina ali e chutei o mais longe do ônibus porque era uma coisa chamativa para o fogo”.



Essa não é a primeira vez que São José dos Pinhais arca com as consequências das raves realizadas no Bioparque — que é de responsabilidade da Prefeitura de Curitiba. Em 2017, em uma festa similar a do último final de semana, também no Bioparque, em Curitiba, foi encontrado um corpo nas dependências do parque.



O fogo ateado nos ônibus foi motivado por uma briga entre um grupo de pessoas de Campinas (SP) com um grupo de pessoas de Curitiba (PR). O secretário de Segurança de São José dos Pinhais, Fabiano da Rosa, conta que o município não foi informado sobre a realização da festa, o que dificulta as ações de segurança pública. “Nós apenas sentimos os problemas decorrentes dessa rave. Recebemos reclamações, acolhemos as reclamações e também logo que foram queimados os ônibus, que são ônibus é de um pessoal que veio de São Paulo pra cá e que acabaram entrando em conflito com o pessoal de Curitiba, nós recebemos esses ônibus aqui no Parque São José, onde não poderiam sequer estar estacionados, e foram queimados inclusive por conta de brigas, de conflitos entre eles, lá na rave, em Curitiba”.



Outro problema registrado pela Guarda Municipal de São José dos Pinhais foi o som alto. Várias reclamações foram registradas por telefone. “Tivemos um aumento substancial no número de ligações telefônicas, como já acontece em situações similares a essa no Bioparque. As pessoas não sabiam de onde o som estava vindo, tanto é que vários cidadãos são-joseenses ligaram pra gente mais de uma vez, porque a viatura ia até o local onde eles solicitavam e não localizavam o som, principalmente nos bairros próximos, como Cidade Jardim, Boneca do Iguaçu, região central da cidade. Uma vez que esse som não era gerado no nosso município, a gente precisava que o solicitante ligasse para Curitiba. E aí eles procediam dessa formar, ligavam para Curitiba para tentar resolver”, informa o Chefe de Operações da GM-SJP, Aderson Bissoli.



Categoricamente, o prefeito de São José dos Pinhais, Toninho Fenelon, reafirmou que medidas serão tomadas para evitar situações futuras. “Nosso objetivo é proteger a população de São José dos Pinhais. Estamos atentos em todas as situações e não abriremos mão de defender o Parque São José e a nossa população. Não podemos pagar o preço pelo que acontece no Bioparque, que fica em Curitiba”, declarou Toninho.



Segundo o Procurador Geral do Município, Áriston Ghidin, algumas providências serão tomadas para evitar futuros problemas. “Nós vamos tomar todas as medidas para que eventos dessa natureza não ocorram mais aqui, ao lado do Parque São José, e nós, além de sofrer todo o problema de som, porque mais de 50 mil pessoas estão a mercê desse som a noite toda, nós também não tenhamos outras espécies de crime como tem ocorrido aqui no Parque São José”. Ghidin também afirma que a responsabilidade dos atos criminosos não é do município. “Não há responsabilidade do município uma vez que não há nenhuma autorização de estacionar aqui. Esses ônibus foram estacionados depois, na madrugada e sem nenhuma autorização, então, não era para estarem estacionados aqui nesse local e o município não tem nenhuma responsabilidade com isso, mas sim a organizadora do evento”, afirma.



 



Texto: Jorge Camargo - Prefeitura de São José dos Pinhais



Publicado: Comunicação Social da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais