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Recursos para financiar empresas do Paraná vão chegar a R$ 3,25 bilhões
31-07-2007 12:59

O volume de recursos para crédito, a ser oferecido pelo governo do Estado aos empresários paranaenses nos próximos três anos e meio, vai chegar a R$ 3,25 bilhões. Desse total, R$ 2,72 bilhões serão aplicados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e R$ 530 milhões pela Agência de Fomento do Paraná.

O diretor-presidente do BRDE, Carlos Marés, destaca que o valor é expressivo e que a determinação do governo do Estado é de dar prioridade às regiões que têm mais necessidade de desenvolvimento e aos pequenos empreendimentos. Os financiamentos vão atender atividades produtivas, de transformação de bens e principalmente de agregação de valores aos produtos regionais.

Ele cita como exemplo algumas regiões que têm tradição em determinada cultura, como mandioca, frutas, leite ou arroz, que serão incentivadas a transformar esses produtos na própria localidade, por meio da criação de uma cooperativa, associação ou mesmo por meio de um empreendedor, para movimentar a economia regional.

Marés ressalta que os recursos existem e que esses tipos de projetos serão prioridade do BRDE, embora a instituição não deva modificar a atividade geral, de aplicar dinheiro em outros tipos de financiamentos. “Todo projeto que tenha viabilidade técnica e financeira vai contar com recursos de crédito. A prioridade significa que o trabalho dos técnicos do BRDE, na busca ou na indução do desenvolvimento, será nas regiões mais necessitadas”.

Juros de 2% ao ano – O BRDE trabalha com dinheiro público e pratica prazos e juros diferenciados. Os prazos podem chegar a 15 anos, mas a instituição trabalha com prazos médios de 5 anos. Os juros variam de 2% a 14% ao ano. Os juros de 2% são praticados para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. É o juro mais barato do Brasil.

“É um financiamento subsidiado, justamente para incentivar as atividades desenvolvidas pelos pequenos agricultores, para fixar o homem no campo, agregando valores aos seus produtos. A maior parte dos recursos para indução de desenvolvimento, deverá ser liberada, de preferência por meio do Pronaf”, ressalta Marés.

Microcrédito – O diretor-presidente da Agência de Fomento do Paraná, Antonio Rycheta Arten esclarece que os R$ 530 milhões que a instituição deve oferecer para crédito serão uma soma de recursos próprios, que se completam com repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A agência vai financiar o microcrédito, casando as linhas de financiamento com programas de desenvolvimento. Uma linha especial também financia máquinas, veículos e equipamentos para prefeituras, como tratores e ônibus escolares, promovendo a melhoria de infra-estrutura dos municípios.

Rycheta destaca que o foco que está sendo atribuído à agência é de atender prioritariamente, as regiões que têm mais necessidades de recursos. “Agora é política de governo. Antes, as pessoas buscavam a agência, que atendia indistintamente. Agora, nós vamos pesquisar a região, para ver qual a demanda, casando financiamento com política de desenvolvimento. Ou seja, vamos pensar nos reflexos que a colocação do recurso pode trazer para a região; se vai fomentar, facilitar ou agregar valor para a cadeia produtiva daquela região”.

Para o secretário do Planejamento, Enio Verri, não existe desenvolvimento sem crédito. Ele cita como exemplo uma região, grande produtora de soja. “Se é uma região onde predomina o latifúndio, com poucas vagas de trabalho, mesmo que ela gere muito dinheiro, não vai gerar desenvolvimento. Agora, se nesta região, começa a funcionar uma fábrica de óleo de soja, o cenário muda. Ela vai comprar a soja, vai gerar empregos, impostos, vai mandar a produção para outros lugares, movimentar o transporte, aí sim teremos desenvolvimento”, afirma.

“Mas, para que a fábrica seja uma realidade, os empresários precisam de financiamento. Claro que com um projeto, com bases sólidas, que seja viável, para conseguir a liberação de financiamento do banco. Então, o crédito é que mobiliza, agiliza e desenvolvimento regional, daí a sua importância fundamental dentro da Política de Desenvolvimento do Estado”, salienta Verri.

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