Serviços Públicos

Lodo da Sanepar aumenta produtividade na agricultura
01-06-2015 19:15

O lodo ou biossólido, subproduto do tratamento do esgoto doméstico, há décadas é usado como adubo orgânico na agricultura em países como Brasil, Estados Unidos, Canadá, França e Austrália. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) destina o lodo para uso agrícola desde 2002. De 2011 até 2013 foram enviadas cerca de 107 mil toneladas do produto para 104 agricultores, de 41 municípios paranaenses.

Nas 12 estações de tratamento de esgoto da Unidade Regional da Sanepar de Guarapuava, a produção é de 1,8 mil tonelada de lodo por ano e o material é totalmente destinado à agricultura. A produção das 12 estações da região de Guarapuava é encaminhada para uma das cinco unidades de gerenciamento de lodo (UGLs).

O processo de transformação do lodo em adubo agrícola é complexo. A legislação não permite que seja retirado das estações de tratamento e aplicado diretamente no solo. Inicialmente, o lodo precisa ser desaguado, para redução do volume, e higienizado com a adição cal, numa mistura entre 30% e 50%. Em seguida é estabilizado e armazenado, em lotes, pelo prazo médio de seis meses.

“Esse período é estabelecido para seguir o calendário de plantio da nossa região e para atender a necessidade dos agricultores pré-cadastrados”, explica o engenheiro agrônomo da Sanepar, Luciano Marcos Antônio. A legislação determina, também, que sejam feitas análises químicas, sanitárias e de potencial agronômico, para atestar a qualidade do produto. Estas análises são feitas em laboratórios contratados pela Sanepar.

SOLO MAIS FÉRTIL – A Sanepar é responsável pelo transporte e distribuição do lodo. A Companhia, além de dar destino ambientalmente correto para o lodo, beneficia os agricultores com um produto rico em minerais, sem custo.

A única despesa do agricultor é com a incorporação do lodo no solo. Em Guarapuava, é distribuído duas vezes por ano. Em 2015, a primeira entrega foi feita em maio.

O agricultor Gilberto Veronese é um dos beneficiados. A primeira vez que aplicou lodo foi antes do plantio da soja, em 2011, em uma propriedade no município de Laranjeiras do Sul. Este ano, ele recebeu 980 toneladas.

“Nunca tive dúvida do potencial do lodo agrícola. São feitas análises do lodo e do solo para saber exatamente onde e em que quantia é necessário aplicar. Há pouco tempo fizemos uma coleta para análise de precisão e a melhoria do solo é visível”, conta ele.

O engenheiro agrônomo que cuida das propriedades de Veronese, Márcio Dulnick, confirma. “A produtividade de soja aumentou 8.59 sacas por alqueire. Um aspecto bastante positivo é a melhoria da estrutura do solo. Os índices de cálcio, magnésio, potássio e fósforo aumentaram”, explica Dulnick.

O resultado disso é um solo mais rico e bem preparado. “Quando há um período de estiagem, por exemplo, é possível perceber que o produtor colhe mais do que aquele que nunca incorporou o lodo agrícola ao solo”, destaca ele.

De acordo com a Unidade de Gestão Ambiental da Sanepar, o lodo apresenta bom desempenho nas culturas de trigo, soja, feijão, milho e no reflorestamento. Os produtores asseguram que o lodo de esgoto aumentou significativamente a produtividade das lavouras.

“Um agricultor de Pitanga, por exemplo, utilizou o lodo em 20 dos 45 alqueires de soja que tinha. Onde não aplicou lodo colheu 140 sacos por alqueire e onde aplicou, foram 160 sacos por alqueire”, conta o engenheiro Luciano.

PROCESSO MONITORADO – A Sanepar faz o acompanhamento dos processos que envolvem o lodo desde o início: da sua preparação para que se enquadre à legislação ambiental, da aprovação das áreas onde será aplicado até a entrega do material.

O lodo só é liberado para uso agrícola após todas as análises atestarem condições de uso dentro dos padrões da legislação. Após a incorporação do lodo no solo, a Sanepar continua visitando e monitorando as propriedades dos agricultores.

Todo o processo, para cada lote de lodo e cada propriedade onde é aplicado é registrado em fotos e relatórios. Anualmente, são enviados relatórios sobre a destinação agrícola do lodo ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que é o órgão fiscalizador do processo.


Agência Estadual de Notícias
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