Trabalho e Emprego

São-joseenses estão sem ônibus para Curitiba e RMC
26-01-2015 16:54

A greve geral de motoristas e cobradores da Região Metropolitana de Curitiba afetou todo o transporte público de São José dos Pinhais nesta segunda-feira (26). Nenhum ônibus da Auto Viação São José está em circulação, deixando os cerca de 50 mil são-joseenses que dependem do transporte coletivo sem opção para seguir à Capital. Somente veículos da Sanjotur – que fazem as linhas interbairros - circulam por SJP neste momento, mas com a frota reduzida.

De acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc), a greve prossegue assim durante toda esta tarde. Uma reunião entre representantes dos trabalhadores, empresas, Urbanização de Curitiba (URBS) e Coordenação da Região Metropolitana (Comec) está agendada para às 17h. A categoria reclama de atraso nos salários e redução de benefícios. A Auto Viação São José foi uma das poucas a regularizar a situação, mantendo os salários em dia. Ainda assim, os funcionários aderiram à greve geral e não deixaram nenhum veículo sair da garagem hoje.

Mesmo com a determinação de multa de R$300 mil ao dia, caso 50% da frota não volte a funcionar imediatamente, o Sindimoc diz que a greve será mantida pois não recebeu notificação oficial sobre a decisão do Tribunal Regional do Trabalho.

O impasse sobre um acordo entre os envolvidos acontece há mais de um mês devido à falta de repasse de recursos do Governo do Estado – via Comec – à Urbs, que administra a Rede Integrada de Transporte (RIT). A não renovação do convênio entre Prefeitura e Estado, em dezembro, fez com que as empresas não recebessem os repasses da URBS, resultando em atraso nos pagamentos dos motoristas e cobradores, além de cortes no plano de saúde da categoria, composta por 12 mil profissionais (cerca de 2 mil somente em SJP). A dívida do Estado já chega aos R$20 milhões, diz a URBS.

TRANSPORTE ALTERNATIVO
Em Curitiba, carros, vans e micro-ônibus foram cadastrados pela Prefeitura para fazer o transporte alternativo dos passageiros. Porém, em muitas cidades da RMC, como SJP, o jeito foi ficar em casa. “Foi um transtorno total hoje. Temos responsabilidade com o trabalho e não pudemos ir trabalhar pois não havia nenhum ônibus circulando, nem um transporte alternativo ou carona solidária”, conta a assistente administrativa Paula de Oliveira, que mora em Colombo e trabalha em SJP. “Esperamos que tudo se resolva para que amanhã não sejamos prejudicados de novo.”

De acordo com a Prefeitura de SJP, se a greve persistir amanhã, ônibus escolares e carros já cadastrados devem fazer o transporte alternativo para Curitiba.

SAÚDE PREJUDICADA
Em Curitiba, a greve de ônibus atingiu também os hospitais, que tiveram redução no quadro de funcionários. Evangélico, Hospital das Clínicas e Pequeno Príncipe registraram maior demora no atendimento e remarcação de consultas e internamentos. “Meu filho de 5 anos precisava se internar hoje no Pequeno Príncipe para realizar um cateterismo. Até fizemos os exames, mas fomos orientados a voltar para casa e retornar amanhã. Por causa da greve faltaram funcionários em diversos setores, como enfermagem, recepção, limpeza e cozinha”, conta a gerente Elizete Cristina Borges, moradora do Afonso Pena, que só conseguiu chegar ao hospital de carro.

Em SJP, quatro Unidades de Saúde (Guatupê, Ipê, Central e Afonso Pena) registaram falta de funcionários mas, segundo a Prefeitura, os atendimentos não foram prejudicados.

Publicado: GuiaSJP.com - Jornalista Mauren Luc (Reprodução autorizada mediante citação do GuiaSJP.com)
POW INTERNET
<

Nenhum item encontrado