Turismo

História, cavalgada e natureza encantam na Rota dos Tropeiros
26-04-2019 19:24

Uma mistura de história e boa comida, cavalgada e natureza é o que o visitante encontra na rota dos tropeiros, atrativos que se espalham por várias cidades dos Campos Gerais, no Paraná. A rota nasceu do movimento das tropas que levavam mulas de Viamão, no Rio Grande do Sul, até as feiras de Sorocaba, em São Paulo, nos séculos 18 e 19.



A região tem tantas atrações que até fica difícil escolher o mote da visita: os museus, cavalgadas e outras marcas dos tropeiros, temperados pela herança culinária dos viajantes; ou a natureza curiosa das formações rochosas dos arenitos gigantescos de Vila Velha, esculpidos pela água e pelo vento durante 350 milhões de anos; e o Cânion do Guartelá, o maior do Brasil, o sexto do mundo em extensão e o único com vegetação nativa, de acordo com o Guiness, o livro dos recordes.



Um bom motivo para começar esta jornada pela história é a comemoração do Dia do Tropeiro neste mês de abril. O ponto de partida pode ser a cidade da Lapa, o coração do movimento, e que completa 250 anos de fundação em 13 de junho. Ou a cidade de Palmeira, que ainda guarda a memória da Colônia Cecília, a experiência anarquista implantada em terras tropicais por um grupo libertário italiano comandado pelo jornalista e agrônomo Giovanni Rossi, por quatro anos a partir de 1890.



SÍMBOLO – A região dos Campos Gerais fica no segundo planalto paranaense, uma área que tem mais ou menos em seu centro a cidade de Ponta Grossa (a 115 quilômetros de Curitiba), em meio a uma paisagem marcada pelas matas de araucária, o chamado pinheiro do Paraná, tão típico do Estado, e campos abertos até perder de vista.



Os Campos Gerais formam uma das 14 regiões turísticas em que o Paraná foi dividido, para melhor planejar e desenvolver o setor, a partir das características especiais de cada uma, como pode ser visto no portal http://viajeparana.com, criado pelo Governo do Estado para divulgar os atrativos e estimular a movimentação de turista pelo Estado e o desenvolvimento econômico local.



“O tropeirismo é um dos pilares do turismo cultural, que não se resume a datas, é uma atração permanente”, avalia o diretor de Marketing da Paraná Turismo, Aldo Carvalho.



HISTÓRIA VIVA - Por ali passavam e descansavam as tropas, num roteiro que entra no Paraná por Rio Negro e segue para Campo do Tenente, Lapa, Balsa Nova, Campo Largo, Colombo e Araucária, de um lado, e, de outro, Porto Amazonas, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Tibagi (onde fica o Guartelá), Telêmaco Borba, Piraí do Sul, para seguir por Jaguariaíva, Arapoti e Sengés e entrar no estado de São Paulo.



Depois de uns dois terços do percurso de 4 mil quilômetros entre Viamão e Sorocaba estava o que hoje é a cidade da Lapa. Ali se localizam algumas das principais “invernadas”, os ótimos pastos e a água boa onde as mulas e o gado se recuperavam.



Chegavam magros da primeira parte da longa caminhada e saíam gordos, no ponto para serem vendidos em São Paulo e levados, depois, para fazer o trabalho pesado nas Minas Gerais.



Hoje a Lapa é conhecida como a “Legendária”, pelo seu passado histórico. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a cidade é um exemplo de preservação arquitetônica, com casas bem restauradas, lampiões (réplicas dos usados no século 19) e ruas de paralelepípedos.



Estão lá a Igreja Matriz de Santo Antônio, a construção mais antiga da cidade; o Theatro São João, que recebeu a visita do imperador D. Pedro II; o Museu Histórico, com um acervo de peças raras de arqueologia, fotos, quadros e a cama onde morreu o general Carneiro; o monumento ao Tropeiro, obra do artista Poty Lazarotto, e o Parque Estadual do Monge, onde está a Gruta do Monge, onde viveu João Maria D' Agostini, um dos monges a quem se atribui milagres.



A história também foi marcante em outro momento do município. Ali se deu o famoso cerco da cidade, durante a Revolução Federalista em 1894, que durou 26 dias. As forças republicanas (os pica-paus) foram derrotadas pelos revoltosos do Sul (os maragatos), que se opunham ao sistema presidencialista, mas a resistência das tropas comandadas pelo general Carneiro permitiu que as forças leais ao então presidente Floriano Peixoto se recompusessem e fizessem frente aos revolucionários.



 



Agência Estadual de Notícias

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