Ebola: especialista elogia plano brasileiro e pede mais centros de referência
13-10-2014 19:13

O plano brasileiro de contingência em relação à epidemia de ebola registrada na África Ocidental é pertinente, apropriado e atualizado, mas poderia contar com mais hospitais de referência do que os eleitos pelo governo até agora. A avaliação é do epidemiologista membro da Sociedade Brasileira de Epidemiologia, Rodrigo Nogueira.

Em entrevista à Agência Brasil, Nogueira avaliou o desempenho do país na detecção do primeiro caso suspeito de ebola – um homem de 47 anos, proveniente da Guiné, que procurou o serviço de saúde de Cascavel, no Paraná, após apresentar febre. Para Nogueira, o registro do caso indica que o plano está capilarizado e demonstra que municípios considerados de baixo risco por não contarem com portos e aeroportos internacionais estão atendendo bem ao protocolo.

Nogueira destacou como ponto positivo o critério adotado pelo governo brasileiro para a definição de caso suspeito de ebola, que leva em conta a procedência do indivíduo e a presença de febre. “É uma definição que não espera que surjam outros sintomas, como vômito e diarreia e é, portanto, um sistema de vigilância bastante sensível”, ressaltou.

Para o epidemiologista, uma forma de aprimorar o plano seria ampliar o número de hospitais de referência no país. A estratégia adotada pelo Ministério da Saúde neste momento é que cada estado tenha um serviço de referência, para onde o paciente com suspeita de ebola seja levado e mantido em quarentena. Em seguida, ele deve ser transferido para o Instituto Nacional de Infectologia, no Rio de Janeiro, onde vai receber tratamento.

“Em São Paulo, por exemplo, temos um único hospital de referência, o Emílio Ribas. Mas temos duas portas de entrada importantes, que são o Porto de Santos e o Aeroporto Internacional de Campinas [Viracopos]. Acredito que o número de serviços de referência vai ter que ser eventualmente discutido para considerar algumas particularidades locais, como as condições de vulnerabilidade que suscitam um serviço de atendimento local”, ressaltou Nogueira.

Sobre a possibilidade de o Brasil adotar uma triagem de chegada em portos e aeroportos, como já está sendo feito nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, Nogueira lembrou que esse tipo de estratégia é considerado vulnerável. Isso porque a pessoa infectada pode levar até 21 dias para apresentar sintomas da doença e iniciar a transmissão do vírus.

“Nosso grande desafio não é detectar casos em portos e aeroportos, mas identificar casos em um país com dimensões continentais como o Brasil”, disse. “A triagem de saída dos países infectados é uma questão importante. Já a triagem de entrada é limitada. O mais importante é tornar nossa rede de assistência pública e privada, das capitais e do interior, sensível para pensar casos suspeitos”, completou.

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
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