Reflexão

A Fé Começa em Casa – Identidade e Destino – Parte 1



Então o Diabo chegou perto dele e disse:— Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras virem pão. (Mateus 4:3)

Todos nós ansiamos por descobrir quem somos e qual é o nosso lugar nesta vida. A primeira resposta que temos para “quem eu sou?” começa com a atribuição de gênero, ou seja, masculino e feminino. Mas até este aspecto da identidade está muito confuso atualmente.

Algumas pessoas passam a vida toda tentando “se descobrir”, procurando sua identidade, sem nunca ter certeza disto. Outro tanto anda confuso sobre a razão da sua existência, quem são e para onde vão.

Outros, andam pela vida toda sem se sentirem adultos, maduros. Sentem-se eternas crianças, adolescentes ou jovens. Nunca assumem suas responsabilidades, tomam uma postura descompromissada com a vida, com os estudos, com o cônjuge, com os filhos, com o casamento, com o trabalho, com a vida profissional, enfim, com tudo e com todos com o qual se relacionam.

A necessidade de saber quem somos e qual é a nossa missão na vida é crucial para sermos bem-sucedidos em nossos empreendimentos. É responsabilidade dos pais incutir em seus filhos este senso de identidade e de destino, mas sobretudo do pai, muito mais do que da mãe.

Ao lermos os evangelhos, nos deparamos com o batismo de Jesus. Ao ler esta passagem em Mateus 3, observará alguns fatos muito importantes.

Primeiro, apesar de Jesus ter convicção de que era o Filho de Deus, ainda não tinha recebido uma afirmação divina em relação a isto. Então, ao final do batismo, a pomba representando o Espírito Santo pousou sobre ele e uma voz foi ouvida dizendo:

— Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!

Vejam que o próprio Deus confirma a identidade de Jesus e confirma que sua missão é de seu agrado, que ele fica feliz com o que ele faz.

Logo em seguida, Jesus vai para o deserto e lá é tentando 3 vezes pelo maligno justamente em relação à sua identidade e destino. Por estar firme por causa da afirmação do Seu Pai celestial, ele respondeu de maneira correta, venceu o maligno naquela oportunidade, cumpriu seu chamado e triunfou sobre todas as forças do mal.

Agora, vamos nos deter no aspecto da nossa relação com nosso pai. Quantos de nós gostaríamos de ter conhecido nosso pai. Muitos não tiveram este privilégio, outros, nunca receberam de seu pai uma palavra de afirmação.

Como ministro de libertação, tenho trabalhado com muitas vidas que carregam uma grande mágoa nos seus corações, pelo fato de nunca terem recebido uma palavra de afirmação dos seus pais.

Eles desejavam apenas que o pai dissesse:

— Eu te amo meu filho!

— Você é importante para mim!

— O teu comportamento me agrada!

Pelo fato de receberem apenas repreensão do seu pai, acabam por nutrir mágoas. Parece que fica faltando algo e resta uma dor no coração que não pode ser expressa, um desejo, uma necessidade não correspondida.

Muitas pessoas quando colocados em situações de pressão, em que sua identidade é questionada, assim como Jesus foi, acabam enveredando por situações que as tiram completamente do rumo que haviam traçado para suas vidas e que entendiam como certo.

Somente quando perdoam seus pais é que acabam sendo liberados para serem quem de fato são, porque a falta de perdão é como uma espécie de bola de ferro que prende nossos pés ao chão, impedindo-nos de caminhar.

Se não perdoamos, nosso coração fica preso naquelas situações que passam a nos atormentar. Gastando energia emocional e tempo com estas situações, não sobra muito para poder crescer na vida, para desfrutar de tudo que ela nos oferece e vivermos livres e em novidade de vida como nos assegura a Palavra de Deus.

Ao perdoarmos, aquela insegurança que parece tão nossa companheira, vai-se embora e fica a paz do Senhor em nossos corações.

Qual identidade e destino você recebeu do seu pai? O que você está transmitindo aos seus filhos?

Senhor, eu manifesto minha vontade de perdoar meus pais por tudo que me fizeram que de alguma forma magoou meu coração. Eu os perdoo por estes atos, pelas emoções que despertaram em mim até o dia de hoje e pelas consequências disto na minha vida. Peço que o sangue do cordeiro seja derramado sobre estas situações trazendo luz e paz ao meu coração. Ensina-me a transmitir a identidade e destino aos meus filhos. Amém!

Luis Antonio Luize


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