Reflexão

Deus Não Nos Livra da Honestidade – O Que Eu Faço



“Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo” (Salmo 15:1.2a)

Conheci uma mulher que passou pela seguinte experiência.

Ela era secretária de um executivo em uma empresa multinacional há alguns anos e, certo dia, o chefe lhe pediu para realizar um trabalho que ela identificou como uma fraude. Ela se recusou a fazer o trabalho e disse para o chefe que aquilo era errado e que ela não aceitaria participar daquilo. Ele disse que estava tudo bem, que se ela pensava assim não precisava fazer. No dia seguinte, ao chegar na empresa, descobriu que tinha sido demitida. Nem pode entrar para pegar suas coisas, que lhe foram entregues em um caixa pelo próprio RH.

Histórias assim são comuns. Pessoas que pelos princípios que receberam da família ou pelas convicções formadas pela ação da Palavra de Deus em sua mente (Romanos 12:1-2) recusam-se a participar de atividades que sabem ser erradas, mesmo que fazer lhes traga lucro e/ou não fazer lhes traga prejuízo.

Ser íntegro em sua conduta, como diz o Salmo 15:2, significa que a pessoa toma a decisão de não dividir a sua conduta das suas convicções, que fará exatamente o que disse que faria. A pessoa íntegra não precisa de contratos, a sua palavra é suficiente (Mateus 5:37).

Com o passar dos séculos, a humanidade está perdendo a percepção da importância da palavra que sai da sua boca. Nos tempos antigos (e ainda em algumas sociedades não contaminadas pelo relativismo moderno) a palavra de um homem era tão importante e significativa, que este, se necessário dava a sua vida ou liberdade para cumpri-la.

É por isso que podemos confiar em Deus e na Sua Palavra. Ele, criador e sustentador de todas as coisas pela palavra que sai da Sua boca (Salmo 33:6,9, Hebreus 1:1), fez promessas e declarou mandamentos, decretos e leis. Ele prometeu, ele cumprirá (Números 23:19).

Muitas vezes enfrentamos situações em que nos passa pela mente que se dermos uma pequena “flexibilidade” ao nosso conceito de honestidade poderemos auferir uma vantagem ou escapar de um problema. Afinal de contas que mal trará uma pequena esquecida? As dificuldades que podem vir se ficarmos firmes em um posicionamento podem ser maiores do que as que estamos dispostos a enfrentar.

O apóstolo Tiago nos anima quando diz que devemos ficar felizes quando passarmos por aflição, pois ela trará benefícios da parte do Senhor, e o apóstolo Pedro nos exorta que se vamos sofrer, soframos por fazer o bem, pois então teremos “crédito” para sermos recompensados, mas se formos desonestos, o sofrimento terá sido justo e nada nos restará após ele acabar.

O pensamento de que Deus não nos livra da honestidade, me veio após ter que resolver diversos problemas que a imobiliária nos impôs na entrega da casa. Durante anos, cuidamos da casa como nossa mesma e fizemos o que entendíamos que o contrato nos obrigava. Ao fazer a vistoria de entrega, a imobiliária exigiu vários itens que não havíamos contemplado. O grande problema: não tínhamos mais orçamento para nada.

Com dor no coração, avaliamos cada item e separamos aqueles que eram abusivos e respondemos formalmente que não faríamos e por quê, e os demais demos o jeito que foi possível. Em várias coisas deu-nos a tentação de maquiar para parecer que tínhamos resolvido, mas preferimos, mesmo sofrendo com o prejuízo, substituir por itens novos ou mandar consertar.

Várias vezes orei: “Deus me faz não ter que gastar dinheiro com isso, me livra da opressão desta imobiliária.” Mas todas as vezes que assim o fazia, me lembrava do verso do Salmo 15, e dizia para Deus: “Ok, Senhor. Eu quero poder continuar entrando em tua presença com as mãos limpas.”

Confiamos na promessa de Deus (a Sua Palavra proferida): “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.” (Gálatas 6:9).

Ser honesto é fazer o bem. Sempre.

Ah, a mulher da história lá no começo. Quase dois meses depois de ter sido demitida, ela recebeu o telefonema da empresa pedindo para comparecer a uma entrevista com o presidente. Ela foi, mesmo sem saber por quê, confiante no fato de que nada devia. Na entrevista, o presidente lhe contou que as operações fraudulentas do seu ex-chefe estavam sendo investigadas na época em que ela foi demitida, e após a conclusão das investigações seu ex-chefe foi demitido da empresa. Por causa, da sua atitude honesta de se recusar a participar do esquema, mesmo perdendo o emprego, o presidente ofereceu a ela um novo trabalho, agora como assessora da presidência.

Se não desanimarmos, colheremos os frutos da nossa honestidade.


 Vinicios Torres

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