Descoberto em São José tronco fóssil que pode ter 30 milhões de anos
24-05-2021 12:51

Após uma visita realizada no final de 2020, pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná – UFPR, identificaram, através de uma coleta de informações sobre os aspectos geológicos da Formação Guabirotuba, sedimentos, principalmente, argilosos, arenosos e siltosos de origem fluvial, descobertos durante as obras da Trincheira Marechal Hermes na BR-277.



A trincheira está localizada entre os bairros Afonso Pena e Guatupê, e as obras no local são realizadas pela Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas – Semvop.



A Prefeitura de São José dos Pinhais, através do Departamento de Monitoramento e Biodiversidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), acompanha a pesquisa e análises adicionais dos sedimentos descobertos, que está sendo realizada pelo Setor de Ciências da Terra da UFPR. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP) também estão envolvidos nesta pesquisa.



A formação Guabirotuba é a principal camada geológica que forma o substrato de São José dos Pinhais, Curitiba, além de outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) como Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, além de Tijucas do Sul.



No local, onde a Prefeitura realiza as obras da trincheira, os pesquisadores também observaram outras evidências como sedimentos mais arenosos, siltosos, dispostos em camadas distintas que inclui uma porção com matéria orgânica. As camadas foram consideradas, pelos pesquisadores, como ‘ambiente de pântano’ e ‘lagunar’.



A prefeita de São José dos Pinhais, Nina Singer, apoia a continuidade da pesquisa na região.



Nesta formação (Guabirotuba) os pesquisadores encontraram também um tronco de árvore fóssil, com dimensões aproximadas de um metro (1 m) de comprimento por trinta (30) centímetros de diâmetro, além de microfósseis de pólen (localizados acima da camada do tronco) o que evidencia ainda mais a vida florística no ambiente.



O tronco fóssil encontra-se preservado em freezer, no Laboratório de Sedimentologia da UFPR, localizado no Campus Centro Politécnico. Pesquisas posteriores indicam que o tronco tem uma história geológica muita mais antiga do que a data cogitada inicialmente, entre 6 e 10 mil anos. É possível que o tronco descoberto tenha, de acordo com os pesquisadores, cerca de 30 milhões de anos.



Os envolvidos na descoberta, já solicitaram a preservação do afloramento sem cobertura vegetal (duas janelas de observação) para a continuidade das pesquisas e estudos que possibilitam a divulgação científica, além de permitir que o local também seja objeto de estudos formativos aos estudantes dos cursos de Ciências da Terra, de Solo e Engenharia, segundo a UFPR.



A descoberta destaca, segundo o Departamento de Monitoramento e Biodiversidade, a possibilidade de novas interpretações da própria formação no município, demonstrando também que o afloramento encontrado é um potencial sítio geológico e paleontológico onde é possível observar as camadas, estratos e rochas locais.



Rica em geodiversidade e biodiversidade, a cidade de São José dos Pinhais está na base das montanhas que compõem a Serra do Mar, formando com a riqueza de águas os mananciais da RMC, além de muitas evidências geológicas para o desenvolvimento do Geoturismo e Ecoturismo no município.



 



Por Alexandre Torres Jr com informações da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Departamento de Monitoramento e Biodiversidade da Semma



Publicado: Comunicação Social da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais