Cidadania

Febre aftosa causa prejuízo de R$ 5 milhões por dia no Paraná
22-02-2006 18:29

Curitiba - Os produtores de carne do Paraná enfrentam sérias dificuldades há quase quatro meses por causa das suspeitas de febre aftosa no rebanho do estado. De acordo com levantamento do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne), desde outubro, eles acumulam um prejuízo de R$ 5 milhões por dia.

Economista do sindicato, Gustavo Fanaya diz que o prejuízo total dos frigoríficos já chega a R$ 300 milhões. Desse total, R$ 200 milhões estão relacionados aos produtos que deixaram de ser comercializados junto a União Européia e Rússia. Os outros R$ 100 milhões são prejuízos em conseqüência do embargo na comercialização interna, principalmente para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Na opinião de Fanaya, a existência de seis novos focos da doença no Paraná, anunciados pelo Ministério da Agricultura esta semana, não vai alterar a situação dos pecuaristas, classificada como a "pior possível". O economista explica que os focos divulgados são os mesmos que vinham sendo investigados desde o mês de outubro e só agora, após quatro meses, foram comprovados.

"Hoje, o gado que está no pasto é sadio. A questão toda foi há quatro meses atrás, quando os animais apresentavam algum tipo de sintoma, o que realmente aconteceu. O problema é a desconfiança que ainda existe entre importadores e a comunidade científica internacional", aponta Fanaya.

Para ele, não adianta acusar o Ministério da Agricultura de ter demorado na análise das amostras e isola o vírus após notificação por parte do governo paranaense. O sindicato indica agora é o abate imediato das 6.295 cabeças de gado confinadas nas fazendas onde o ministério descobriu focos de aftosa. Com isso, seria possível evitar maiores prejuízos.

Em outubro do ano passado, foi identificado rebanho com suspeita de aftosa na cidade de São Sebastião da Amoreira. Esta semana, a zona atingida pela doença passou a envolver um rebanho de aproximadamente 4,5 mil animais, distribuídos entre os municípios de Loanda, Maringá, Bela Vista do Paraíso e Grandes Rios.

A febre aftosa é causada por variedades de vírus que debilitam o rebanho. Os animais perdem o apetite, diminuem a produção de leite e ficam vulneráveis a diversos tipos de doença. Não existe registro de prejuízo à saúde humana em decorrência do consumo da carne de animais contaminados. No entanto, muitos países proíbem a importação de carne das regiões com aftosa por receio de contaminação do rebanho local.

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
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