Cultura

Artistas de todo o país reivindicam ações do governo para fortalecer a cultura popular
16-09-2006 11:51

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Foto: Fabio Pozzembom/ABr

Brasília - Artistas populares de todo o país aproveitaram o segundo dia do 1° Encontro Sul Americano de Culturas Populares para reivindicarem ao governo federal uma série de ações ligadas à cultura. Entre elas estão, por exemplo, maior atenção aos pequenos grupos populares, maior liberação de recursos para projetos que incentivem a arte popular e, sobretudo, políticas públicas que fortaleçam o intercâmbio cultural das artes populares nas diversas regiões do país.

Os pedidos e as reivindicações dos grupos populares ganharam força durante a mesa redonda “Políticas Públicas para as Culturas Populares”, que contou com representantes de secretarias do Ministério da Cultura (Minc). Entre as secretarias presentes estavam a de Articulação Institucional; Audiovisual; Identidade; e da Diversidade Cultural. Prevista para durar três horas, a atividade teve mais participação do que o esperado e durou seis horas, com o auditório praticamente lotado do começo ao fim. Foram várias as indagações da platéia de artistas e os questionamentos vieram de grupos populares de pequenos, médios e grandes municípios de todas as regiões do país.

Pelo menos cem músicos, dançarinos, palhaços e representantes das mais diversas formas de expressão cultural formaram uma fila no momento em que os integrantes da mesa, após fazerem suas explanações, abriram espaço para as perguntas. Não foi possível responder todas as questões, mas os representantes das secretarias do Minc prometeram refletir sobre elas e ver a possibilidade de torná-las políticas públicas, já que este, conforme ressaltou o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura, Marco Acco, é o objetivo do encontro que acontece em Brasília até o próximo domingo (17).

À frente da platéia, Marco Acco destacou a importância de qualquer governante, independente do partido, ter uma política de Estado, e não de governo, voltada para a cultura. Só desta forma, destacou, e em parceria com a sociedade, será possível colocá-la no centro de todo e qualquer projeto que vise o desenvolvimento do país. “É impensável pensarmos em desenvolvimento, em país, em cidadania, sem termos a cultura no centro dessa perspectiva”, disse Acco.

Ele destacou que, por meio da cultura, é possível construir um outro modelo de integração, que, de fato, atenda a todas as perspectivas de um povo. “Pela cultura, podemos encontrar os pontos de diálogo e de aproximação entre os povos das Américas. A perspectiva de integração, não só do Mercosul, se coloca principalmente pela cultura”, disse o secretário, que foi aplaudido por diversas vezes.

Durante sua explanação, Acco fez algumas sugestões aos artistas presentes na platéia para que, juntos com o governo, possam desenvolver ações no sentido de fortalecer a cultura popular.

Algumas dessas sugestões se referem, por exemplo, à criação de centros de referências à cultura popular em todo o território nacional. Uma espécie de espaço apropriado de preservação e memória das artes populares. Acco também sugeriu que as escolas de ensino fundamental e médio valorizem mais a cultura popular, por meio dos instrumentos, da dança e do teatro. “As manifestações nas escolas não podem acontecer somente em datas folclóricas”.

Artistas populares brasileiros e sul-americanos estão reunidos no 1° Encontro Sul Americano de Culturas Populares com um objetivo em comum: trocar experiências sobre as formas de expressão e celebrações das manifestações e tradições culturais de cada país do continente. Paralelamente a esse encontro acontece o 2º Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares (SNPPCP), também no Complexo Cultural Funarte.


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