Manifestante protestam em Curitiba contra fim do Ministério da Cultura
13-05-2016 16:31
Foto: MincResiste
Um dia depois do afastamento de Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República e da posse de Michel Temer (PMDB) no lugar dela, a sede paranaense do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional amanheceu ocupada.
Cerca de 15 pessoas entraram nas dependências do prédio e se instalaram no estacionamento. O grupo protesta contra a extinção do Ministério da Cultura, que foi unido ao da Educação no primeiro ato documentado do novo presidente. A pasta está sob o comando do deputado federal pernambucano Mendonça Filho (DEM).
Um dos integrantes da ocupação é o produtor audiovisual Guilherme Daldin. Ele explica que o objetivo da ação é denunciar o risco de cortes de políticas públicas da área e, ao mesmo tempo, se levantar contra Michel Temer.
Temer reduziu de 32 para 23 o número de ministérios. A reforma foi oficializada em uma edição extra do Diário Oficial da União, publicado ainda ontem (12). Esta é a primeira vez, desde o governo ditatorial de Ernesto Geisel, que o Brasil fica sem uma pasta exclusiva para a Cultura.
Logo depois da ocupação, os manifestantes conversaram com os gestores do Iphan no Paraná. O superintendente substituto José Luiz Lauter conta que o grupo entrou nas instalações assim que o prédio foi aberto para o início do expediente, mas sem confronto.
Por enquanto, o clima no local é de tranquilidade. O superintendente substituto não descarta a possibilidade de que a situação mude no fim da tarde, mas acredita que a ação é mais simbólica do que ideológica.
Não é só Curitiba que sente os reflexos do fim do Ministério da Cultura. A fusão da pasta à da Educação impactou negativamente o setor cultural e representantes da classe artística de todo o país. Foram inúmeras manifestações principalmente nas redes sociais.
Ainda que a atuação do MinC tenha se modificado ao longo dos anos, para muitos profissionais da área a mudança enfraquece o setor dentro do governo e evidencia o desprestígio e a desvalorização da Cultura por Michel Temer.
Entre os temores estão a perda de capacidade de gestão, o desmonte de equipe, a interrupção de projetos e programas, alterações nas leis de incentivo e nos fundos específicos e a redução de verbas.
Em 2016, o orçamento da pasta foi o menor dos últimos nove anos, com R$ 604 milhões disponíveis para os “gastos discricionários”, ou seja, despesas não fixas.
Fonte: BandNews Curitiba