Economia

Despesa com juros eleva dívida mobiliária a R$ 1,021 trilhão em março
24-04-2006 20:41

Stenio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), que se traduz em títulos do governo em poder do público, aumentou R$ 11 bilhões no mês de março, por conta das despesas com juros da dívida. E o estoque de títulos públicos em poder de brasileiros e estrangeiros cresceu para R$ 1,021 trilhão, de acordo com relatório conjunto do Tesouro Nacional e do Banco Central divulgado hoje (24).

Para o coordenador de Operações da Dívida Pública, Ronnie Tavares, "todos os números são positivos", pois o crescimento da dívida está previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF), que estima a possibilidade de o estoque total de títulos chegar ao final do ano entre R$ 1,13 trilhão e R$ 1,2 trilhão.

Tavares salientou que o perfil da dívida vem mudando gradativamente, com o objetivo de alongar os vencimentos. Por isso o volume de títulos prefixados na composição da dívida aumentou de 27,88% em fevereiro para 28,75% em março, o que equivale a R$ 293,56 bilhões.

Também aumentou a participação dos títulos indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 20,46% para 21,23%, em contraposição aos títulos atrelados à taxa básica de juros (Selic) – a participação desses títulos caiu 12,2% nos últimos 12 meses, mas ainda é de 45,64%, ou R$ 466,09 bilhões.

Ronnie Tavares informou que os resgates de títulos no mês passado chegaram a R$ 21,927 bilhões. O Tesouro retirou do mercado R$ 17,520 bilhões em títulos com vencimento no mês – 91% de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) – e R$ 4,407 bilhões em operações de compra e troca de títulos a vencer.

Como as emissões de títulos no mês somaram apenas R$ 18,798 bilhões, deveria haver uma redução de R$ 3,129 bilhões no total da DPMFi, não fosse o alto preço dos juros para rolagem da dívida, que somaram R$ 14,149 bilhões no mês.

De acordo com o relatório divulgado hoje, 40,1% da dívida – o equivalente a R$ 409,5 bilhões – vencem nos próximos 12 meses. Houve pequena evolução percentual na comparação com fevereiro, que teve menos dias úteis e conseqüente redução de vencimentos.

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