Economia

Ministro Patrus Ananias anuncia reajuste do Bolsa Família
01-04-2006 17:46

Cristiane Ribeiro
Enviada especial

Belo Horizonte - O valor do benefício pago pelo programa Bolsa Família vai ser reajustado. Quem recebe hoje R$ 15,00 vai ganhar R$ 17,00 e as famílias que recebem R$ 95,00 passam a ganhar R$ 107,00. A renda mínima mensal por pessoa, exigida para ter direito ao benefício, também vai ser corrigida, de R$ 100,00 para R$ 120,00.

O anúncio foi feito hoje (1) em Belo Horizonte (MG) pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Segundo ele, a proposta já está sendo analisada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na próxima semana deve ser definida a data para a correção entrar em vigor.

Este é o primeiro reajuste dos valores repassados pelo programa desde que foi implantado em 2003. Na época, a renda mensal por pessoa a ser beneficiada (R$ 100,00) correspondia à metade do salário mínimo e agora, com o reajuste de 20%, ficará abaixo do novo salário, de R$ 350,00.

"Nós conversamos com o presidente Lula e acho que é razoável, que é justo fazer esta correção, pelo menos com base na inflação, para que pessoas de famílias pobres, por conta de R$ 20,00 decorrentes da inflação, não sejam injustamente excluídas de um programa que tem garantido direito à comida, que tem ajudado efetivamente milhões de famílias pobres no Brasil", acrescentou.

Patrus Ananias participou do seminário sobre políticas de promoção social e transferências de renda na América Latina e Caribe na 47ª Reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A instituição é parceira do Bolsa Família, com financiamento de US$ 1 bilhão. O ministro adiantou que nas próximas semanas será fechado novo acordo com o BID para a liberação de mais US$ 200 milhões. O dinheiro será usado para ensinar as famílias a desenvolver uma produção e gerar sua própria renda.

No seminário, o ministro ouviu as experiências do Chile, da Argentina, Equador e México com programas de transferência de renda para famílias pobres.

O coordenador de avaliação de políticas públicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ricardo Paes de Barros, considerou todas as iniciativas positivas, mas advertiu que os governos têm que exigir dos beneficiados uma co-responsabilidade. "As pessoas têm que se engajar em cooperativas de trabalho para gerar sua própria renda e não ficar na dependência da ajuda do governo para sempre".
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