Economia

Negócios entre Brasil e árabes têm muito a crescer, avalia Câmara de Comércio
22-04-2007 05:22

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os negócios do Brasil com o mundo árabe estão em franca expansão, e ainda há muito espaço para crescer, avalia o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), Antonio Sarkis Jr. De acordo com Sarkis Jr, atualmente os países árabes são importantes parceiros do agronegócio brasileiro. O setor é responsável por dois terços da pauta de exportações brasileiras, e cresceu 38% só no primeiro bimestre deste ano.

Mesmo assim, estudo da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira mostra que o Brasil responde por apenas 10% do do total de produtos do agronegócio importado pelos árabes. “A gente estima que a potencialidade do mercado árabe para comprar produtos brasileiros é bem maior. Os árabes importam 90% dos produtos do agronegócio que consomem”, destaca.

A aproximação entre os países sul-americanos e o mundo árabe vem trazendo dividendos para o Brasil. Até 2003, as exportações brasileiras para a liga árabe não ultrapassavam a casa dos US$ 2 bilhões. Naquele ano começaram as viagens preparatórias para a 1ª Cúpula América do Sul-Países Árabes, que em 2005 reuniu 34 chefes de estado e chanceleres das duas regiões em Brasília. Desde então, nossa corrente de comércio com o mundo árabe mais que dobrou – passou de US$ 5,47 bilhões em 2003 para US$ 12,04 bilhões em 2006. Na opinião do presidente da CCAB, “Sempre que se tem uma maior aproximação política, o comércio é o que primeiro manifesta resultado positivo”.

Segundo ele, as oportunidades não estão apenas no agronegócio. Dos US$ 380 bilhões importados pelos árabes em 2006, apenas 2% - US$ 5,37 bilhões - foram de adquiridos no Brasil. Para Sarkis Jr, o mundo árabe oferece inúmeras possibilidades de negócio. “Em cada região há uma potencialidade bastante interessante”, garante. “Os países árabes, hoje, estão numa fase muito boa”, reitera. Nos países do golfo arábico, por exemplo – Emirados Árabes, Arábia Saudita, Qatar, Barém, entre outros -, que detém grandes reservas de petróleo e um elevado crescimento do PIB, é um bom momento para segmentos ligados à construção civil. “Estes países têm um saldo bastante positivo que, nos últimos anos, tem se revestido em investimentos na área de infra-estrutura, na construção de auto-estradas, portos, aeroportos, habitações, hotéis, shopping-centers. É uma região onde hoje se investe muito. É o momento de estar lá, aproveitando esse momento positivo”, avalia.

Os países árabes do norte da África também apresentam grande potencial de negócios devido à forte industrialização dos últimos anos e aos acordos comerciais que têm com a Comunidade Européia. De acordo com o presidente da CCAB, Antonio Sarkis Jr, há boas oportunidades de parcerias para empresários brasileiros. Como exemplo, cita uma parceria entre as associações da indústria calçadista brasileira e tunisiana que permitirá a importação de componentes brasileiros para a fabricação de calçados na Tunísia, que depois serão exportados com preferências tarifárias para a Europa, a custos mais competitivos.

Ele garante que, hoje, praticamente não existem barreiras aos produtos brasileiros. E há que existiam, como as fitossanitárias, estão caindo. Na avaliação de Sarkis Jr, o principal obstáculo aos negócios entre o Brasil e os países árabes é a dificuldade de acesso - tanto para o empresário quanto para o produto. Mas acredita que a solução deve vir no curto prazo. “Temos notícia de várias companhias de navegação colocando linhas diretas entre Brasil e países árabes e , a partir de outubro, a Emirates inaugurará um vôo direto São Paulo-Dubai”, ressalta.

Com tanto potencial de aproximação, a II Cúpula América do Sul – Países Árabes já tem data e lugar marcados. Será no Marrocos, em 2008. O desafio dessa segunda Cúpula, na opinião do presidente da CCAB, Antonio Sarkis Jr, será incentivar parcerias na área de investimentos. “Os países árabes tem um potencial para investir muito grande e o Brasil ainda não é um destino significativo destes investimentos”, revela. “O comércio não tinha números tão significativos cinco anos atrás e agora está chegando a patamares interessantes e com perspectivas muito positivas. Da mesma forma, a gente acredita que, para esta Cúpula no Marrocos a gente vai poder pensar também em parcerias em investimentos”.


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