Educação

Professores indígenas guaranis são capacitados para lecionar nas aldeias
31-05-2007 14:15

Professores indígenas da etnia Guarani, de escolas indígenas do Paraná e outros quatro Estados, estão reunidos no Centro de Capacitação de Faxinal do Céu, no município de Pinhão, para participar da sétima etapa do Programa de Formação para a Educação Escolar Guarani na Região Sul e Sudeste do Brasil Kuaa Mbo’e, que tem por objetivo habilitar professores guarani para lecionar no ensino fundamental nas escolas indígenas.

Iniciado em 2003, o programa foi elaborado e é custeado conjuntamente pelo Ministério da Educação, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretarias da Educação do Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A primeira turma de 73 professores Guarani, entre eles 16 paranaenses, terá sua formatura em abril de 2008.

O secretário da Educação do Paraná, Mauricio Requião, abriu a etapa de Faxinal do Céu, na noite desta terça-feira (29), lembrando que o programa atende a uma demanda legítima de comunidades indígenas de todo o País, que é a preservação de suas culturas ao mesmo tempo em que as crianças e jovens das comunidades recebem uma formação escolar regular.

“Em boa parte das escolas indígenas do País é comum termos, de um lado, educadores regularmente habilitados mas com pouco ou nenhum conhecimento da cultura indígena e, de outro lado, professores indígenas sem a formação pedagógica adequada. Daí a importância deste programa, que vai habilitar professores indígenas, bilíngües, com formação pedagógica adequada e, ao mesmo tempo, profundos conhecedores de suas comunidades e cultura”, afirmou o secretário.

Nesta etapa do programa, que se estenderá até o dia 20 de junho, os cursistas terão aulas de Língua Guarani, Língua Portuguesa, Saúde, Etnomatemática, Orientações para o Trabalho de Conclusão de Curso, Legislação da Educação Escolar Indígena e Fundamentos da Educação Escolar Indígena. Até a conclusão do curso, estão previstas outras três etapas de estudos.

A abertura do encontro em Faxinal do Céu teve uma apresentação de canto coral e da “Dança do Guerreiro” pelo grupo Teko Mbaraete, da Escola Estadual Indígena Kuaa Mbo’e, da terra indígena Tekoha Añetete, do município de Diamante do Oeste. Honório Karaí Benite, professor e “Karaí” (“rezador”, ou autoridade religiosa), da aldeia Tekuha, em Diamante do Oeste, falou em nome dos cursistas. “Na aldeia, eu ensino nossa língua, ensino nossas rezas, nossos cantos e nossas danças. Isso tudo é muito importante, não se pode perder. Mas a gente também precisa saber outras coisas, outras ciências, para continuar estudando, para que nossos filhos cheguem até a faculdade, mas que nunca percam suas raízes”, disse.

O Paraná tem seis escolas indígenas estaduais e outras 24 municipais, instaladas em 17 terras indígenas, onde estudam 2.535 alunos das etnias Kaingang e Guarani. O ensino nas escolas indígenas é bilíngüe e 70% dos 152 dos professores são indígenas. Professores e funcionários auxiliares das escolas são contratados pela Secretaria de Estado da Educação.

Agência Estadual de Notícias
Foto:SEED
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