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Todas escolas estaduais do Paraná vão ter acesso à internet até julho
27-02-2007 19:30

TweetTodas as 2,1 mil escolas da rede estadual de ensino do Paraná vão contar com laboratórios de informática equipados e com acesso à internet até julho deste ano. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27) na reunião da Escola de Governo durante a apresentação da Secretaria da Educação. Será o resultado do programa Paraná Digital, que já atende 301 escolas. Outros 1.168 colégios estão em fase final de instalação dos laboratórios.

Três dos novos laboratórios instalados - os dos Colégios Estaduais Júlia Wanderley, Lysímaco Ferreira da Costa e Inez Vicente Borocz, todos de Curitiba - foram inaugurados de forma on-line durante a reunião semanal do secretariado. Outras cidades - como Colombo, Quatro Barras, Contenda, Realeza, Querência do Norte e Londrina - também contam com laboratórios prontos.

“Daqui para frente, os computadores deverão ser utilizados pela alma do projeto: os professores e alunos”, afirmou o governador Roberto Requião. O vice-governador Orlando Pessuti parabenizou as escolas pelos novos laboratórios recebidos. “Esperamos que isso se repita com todas as escolas do Paraná, porque esse é um compromisso que nós assumimos e que vamos cumprir”, observou.

O secretário da Educação, Maurício Requião, explicou que com os recursos tecnológicos disponibilizados nas escolas, os professores poderão ter acesso a fontes bibliográficas, por exemplo, para estruturar suas aulas. Segundo ele, isso só está sendo possível graças a um trabalho em equipe realizado com diversos órgãos, como a Copel, a Companhia de Informática do Paraná (Celepar) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo o chefe do Departamento de Informática da Secretaria, Jeferson Schereiber, com o programa é possível levar ao professor e aos alunos acesso direto a todos os conteúdos do portal Dia-a-Dia Educação. “Com o projeto, democratizamos o acesso à informação. Todos os professores devem ter a mesma oportunidade de adquirir conhecimento para repassar aos alunos e, assim, incentivá-los na busca por sabedoria”, destacou. Além disso, de acordo com Schereiber, 278 técnicos têm como função capacitar os professores para que eles utilizem corretamente os programas e para que estes sirvam como recurso pedagógico nas suas aulas.

O programa – O Paraná Digital foi criado pela Secretaria da Educação e é o maior programa nacional de informatização escolar. Ao todo, 12 mil computadores e 44 mil terminais já foram adquiridos e por meio deles os professores e alunos das escolas estaduais terão acesso à internet, em banda larga, por meio da rede de fibra ótica construída pela Copel. Cada computador alimenta quatro terminais independentes, compostos por vídeo, teclado e mouse.

O investimento do governo do Paraná no programa é de R$ 104 milhões, incluindo a infra-estrutura elétrica e lógica, hardware e mobiliário. Outros R$ 114 milhões foram investidos pela Copel para dobrar, de 4 mil para 8 mil quilômetros, a rede estadual de fibra ótica. “É preciso destacar a importância disso. Com essa rede, os laboratórios de todas as 2,1 mil escolas poderão ser atendidos”, disse Maurício Requião.

Cada laboratório utilizará a tecnologia multi-terminal, desenvolvida por técnicos e professores da Universidade Federal do Paraná. Esse sistema possibilita que quatro conjuntos de periféricos – monitores, teclados e mouses – sejam ligados a um único computador, formando, assim, quatro estações de trabalho independentes. O software utilizado é de sistema livre, o que permitiu uma economia de aproximadamente R$ 88 milhões.

Códigos – Durante a reunião, o reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Júnior, entregou ao governador Roberto Requião os códigos-fonte dos programas utilizados pelo Paraná Digital, como os de gerenciamento de rede e o sistema multi-terminal. “Estamos entregando uma das experiências mais inovadoras do momento. Não temos notícia de um projeto dessa envergadura atualmente no mundo”, afirmou o chefe do departamento de Informática da Universidade, Marcos Castilho.

Ele destacou que os programas do Paraná Digital foram desenvolvidos em software livre – feitos para uso em sistema Linux – e que possuem navegadores e planilhas, além de possibilitar o acesso à internet. “Eles têm uma interface muito simples, voltada para os estudantes, e não é possível serem infectados por vírus”, explicou.

Segundo Requião, o Paraná Digital poderá utilizado em outros Estados brasileiros, já que é um software livre. “O governo do Paraná e a UFPR não fazem negócio com a educação. Eles trabalham, sim, para colocar tecnologia disponível para o país. Os softwares proprietários, ao contrário, escravizam a política de ensino do Brasil. No Estado, estamos no caminho contrário à hipocrisia e numa contestação clara contra o neoliberalismo”, finalizou o governador.

Agência Estadual de Notícias
Foto: Theo Marques - SECS