Internacional

Paraná e Paraguai se unem para evitar a febre aftosa na fronteira
20-01-2006 10:30

Avançar na adoção de medidas de prevenção primária contra a febre aftosa nos municípios do Paraná e do Paraguai, localizados na faixa de fronteira entre o Brasil e o país vizinho. Este será o desafio de técnicos da Secretaria da Agricultura, do governo do Paraguai e de representantes da iniciativa privada de ambos os países que participam nesta sexta-feira (20), em Curitiba, da 3ª Reunião Bilateral sobre o plano de ação para erradicar o vírus da aftosa na América do Sul.

O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, lembrou que as ações e procedimentos que serão adotados pelo Estado do Paraná e pelos Departamentos de Canindeyú e Alto Paraná, no Paraguai, foram definidos durante a 2ª Reunião Bilateral, que aconteceu na cidade de Mariano Roque Alonso, região metropolitana de Assunção, no dia 25 de novembro do ano passado.

Segundo Pessuti, o plano de ação conjunta, voltado à erradicação da febre aftosa, é a medida mais eficiente para impedir que o vírus da febre aftosa continue a aparecer na região. “Devemos ressaltar que esse plano de ação conjunta tem, como colunas de sustentação, a vigilância epidemiológica, a educação sanitária e as ações emergenciais sincronizadas”, informou.

Durante a reunião desta sexta-feira (20), os participantes vão estabelecer o georeferenciamento das propriedades com gado, situadas até 25 quilômetros em ambos os lados da fronteira.

No Paraná, a iniciativa vai abranger 8.745 propriedades de 11 municípios, onde se concentram 205.700 animais. Os municípios são Guaíra, Mercedes, Marechal Cândido Rondon, Pato Bragado, Entre Rios do Oeste, Santa Helena, Missal, Itaipulândia, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha do Itaipu e Foz do Iguaçu.

Segundo o diretor do Departamento de Fiscalização (Defis) da Secretaria da Agricultura, Felisberto Baptista, a troca de dados referentes ao referenciamento será feita até o dia 31 de maio, numa reunião a ser marcada.

“Nesta sexta-feira (20), vamos estar fazendo a troca de cadastros das propriedades com bovídeos, localizadas no raio até 25 quilômetros de ambos os lados da fronteira”, ressaltou.

Técnicos da Secretaria da Agricultura informaram que o Paraná já tem o cadastro das propriedades com bovídeos em todos os municípios do Estado. Segundo eles, apenas será realizada a atualização dos cadastros das propriedades localizadas nos 11 municípios pelos Conselhos Intermunicipais de Sanidade Agropecuária (CSA’s), juntamente com a Secretaria.

Os participantes da reunião ainda vão discutir a metodologia usada para identificar os animais das propriedades. O Paraná propõe que a identificação seja feita, pelo menos no Estado, através do número do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov).

Segundo Baptista, o Estado defende o uso do brinco do Sisbov, como duplo-identificador. “O objetivo dessa identificação é controlar a movimentação clandestina de animais”, disse.

Baptista destacou que os representantes do Paraguai querem conhecer o sistema informatizado de Guia de Trânsito Animal (GTA), desenvolvido pela Secretaria da Agricultura. “O nosso sistema é altamente confiável. É o que explica o interesse deles por nossa tecnologia, que permite a rastreabilidade dos animais”, comentou. Durante a reunião, os participantes vão determinar, de forma conjunta, o prazo para a conclusão da identificação dos animais.

Na pauta do encontro, ainda está a discussão sobre o sistema de vacinação que será adotado conjuntamente pelo Paraná e o Paraguai. No Estado, a vacinação será feita nos 205.700 animais, distribuídos nos 11 municípios citados.

Segundo Baptista, já foi acertada a vacinação conjunta e assistida contra a febre aftosa nos municípios de fronteira com agulha oficial. “A vacinação acontecerá durante o mês de fevereiro. O objetivo é alcançar a cobertura de 100% dos municípios da fronteira entre o Paraná e os Departamentos de Canindeyú e Alto Paraná”, disse.

Também será discutida a capacitação técnica de recursos humanos. O objetivo é definir um plano específico de capacitação e educação sanitária, que envolva ambas as partes tanto do setor público ou privado, visando a conscientização de todos os criadores sobre a importância de se erradicar a febre aftosa na região “Também será ajustado um sistema de comunicação entre as unidades veterinárias locais de ambos os lados”, concluiu.

Agência Estadual de Notícias
Foto: José Gomercindo/SECS
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