Meio Ambiente

Chuvas intensas voltam a prejudicar qualidade da água no Litoral do Paraná
25-01-2008 10:44

Mais uma vez, as chuvas intensas ocorridas no litoral nas 48 horas que antecederam a coleta de água, feita pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), foram responsáveis pelo aumento no número de locais impróprios para banho nas praias paranaenses. O oitavo boletim de balneabilidade, emitido nesta quinta-feira (24) pela autarquia da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, apontou apenas seis pontos próprios para banho - dez a menos do que na última segunda-feira (21), quando o boletim extraordinário apresentou 16 locais apropriados para o banho de mar.

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, explicou que, devido à freqüência das chuvas, o lençol freático do litoral está encharcado, não absorvendo mais tamanha quantidade de água. “Todas as águas superficiais estão se misturando a bueiros e fossas lotadas de resíduos, que estão sendo levados para o mar”, declarou.

Do dia 1o de janeiro até esta quinta-feira (24), em apenas dois dias não ocorreram chuvas no Litoral, conforme os registros do Simepar. “A ocorrência de chuvas fortes se alterna a chuvas fracas, porém contínuas. Isso tem ajudado a saturar o lençol freático do litoral e piorar a qualidade da água para banho”, disse o meteorologista do Simepar, Samuel Brown. Segundo ele, a média histórica de chuvas no Litoral no mês de janeiro (cerca de 300 milímetros) já foi ultrapassada em quase 50% (447 milímetros).

NOVOS LOCAIS IMPRÓPRIOS - Entre os novos pontos impróprios nesta semana, apenas dois são novidade nesta temporada. O banho de mar passou a ser impróprio pela primeira vez no balneário Praia de Leste (150 metros à esquerda da Avenida Copacabana) e no balneário Gaivotas (50 metros à direita da Rua Padre Osvaldo Gomes).

Os pontos localizados no balneário Santa Terezinha (rua Paraná); balneário Ipacaray (rua Ponta Grossa); balneário Solymar, em Matinhos (180 metros à direita do Camping Club); balneário Flórida (60 metros à direita da rua Saudade); balenário Riviera (rua Tamboara, a 2.500 metros do Rio Matinhos); balneário Flamingo (rua Campo Mourão, a 850 do Rio Matinhos); e em Matinhos (à direita do morro, próximo ao SESC) estavam próprios para banho no último boletim divulgado e, agora, estão com o nível de coliformes fecais acima do permitido pela legislação.

PRÓPRIOS – Os locais próprios para banho na orla resumem-se apenas aos pontos monitorados no balneário Pontal do Sul, e, em Guaratuba, no bairro Brejatuba (ponto localizado na rua Jacarezinho). Além destes, quatro locais nas praias da Ilha do Mel mantém bons índices de qualidade da água.

O diretor de Estudos e Padrões Ambientais do IAP, Celso Augusto Bittencourt, que coordena o trabalho de coleta e análise da balneabilidade, reafirmou: “Das cinco semanas consideradas para a emissão deste boletim, quatro foram muito chuvosas - principalmente as três últimas. A última coleta foi realizada sob condições anormais, com o registro de elevados índices pluviométricos nas horas que antecederam as amostragens e chuvas torrenciais durante a coleta, principalmente em Guaratuba e Matinhos, o que provocou o alagamento de inúmeras vias públicas e escoamento de águas pluviais para as praias, reduzindo a qualidade da água”, reiterou Celso.

FOSSAS SÉPTICAS – A diretora de Meio Ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa, disse que a empresa irá reforçar e ampliar a operação varredura para garantir a limpeza das fossas sépticas domiciliares, assim como a campanha para ligação às redes coletoras da Sanepar.

“Estamos buscando a despoluição das praias do litoral e para isso contamos com o apoio da população. Estamos intensificando ações com o apoio do poder judiciário, tanto em relação às redes antigas como ao novo sistema implantado pela Sanepar”, comentou Arlete. Segundo ela, a operação varredura já está nas ruas para evitar que as fossas sépticas irregulares contribuam de forma negativa com o banho de mar dos veranistas.

A diretora enfatizou mais uma vez que o lençol freático do litoral paranaense é muito alto e que, caso as fossas não sejam limpas, transbordam aflorando os resíduos acumulados. O resíduo das fossas é uma espécie de lodo muito mais poluente que os efluentes eliminados após o tratamento de esgoto. “Vamos repassar a vistoria em cerca de 3,2 mil imóveis para avaliar as condições e a qualidade das ligações, verificando a existência de fossas. Isso porque, no local muitas construções antigas não passaram por reformas e podem estar contaminando o mar”, enfatizou Arlete.

Ela ainda acrescentou que a empresa irá fortalecer a campanha, já iniciada em 2006, que informa e incentiva moradores e veranistas a contratarem caminhões limpa-fossas licenciados e com o adesivo da Sanepar e do IAP.

A Secretaria do Meio Ambiente e o IAP também divulgam os boletins em seus portais nos endereços eletrônicos (www.sema.pr.gov.br) (www.iap.pr.gov.br).


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Foto:SECS
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