Política

Deputados encerram comissão especial sobre crise aérea sem votar relatório
21-12-2006 20:45

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Deputados da comissão externa que acompanha a crise do sistema aéreo decidiram encerrar a sessão que analisava o relatório do deputado Carlos Willian (PTC-MG) sobre o caso. Segundo o presidente da comissão, Alceu Collares (PDT-RS), as sugestões do relatório podem ser aproveitadas na próxima legislatura já que a comissão temporária tem término determinado para o dia 31 de dezembro deste ano.

Os deputados Alberto Fraga (PFL-DF) e Celso Russomanno (PP-SP) pediram vistas ao documento, o que inviabiliza a votação neste final ano, já que eles têm o prazo de mais duas sessões para devolver o parecer. Carlos William pediu a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires, e do comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno.


"A comissão foi criada a menos de um mês e termina melancolicamente os trabalhos. Ninguém tem a obrigatoriedade de aproveitar o que foi feito. Mas uma nova comissão, se quiser, poderá fazê-lo. Certamente, o fará por uma questão de bom senso, porque já tem muita coisa devidamente averiguada", afirmou Collares.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que o trabalho de acompanhamento da crise continua. Ele vai sugerir ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo, que crie outra comissão para analisar o relatório e incluir novas propostas, durante o período de recesso de Natal e de ano novo da Casa. " Essa comissão precisa de três pessoas, no máximo, para trabalhar no Natal e Ano Novo. E entregar um proposta sólida", afirmou Gabeira.

Para o deputado Celso Russomanno, o relatório é parcial e, por isso, não poderia ser votado. "Se há uma emergência, estou pronto a ficar aqui em dezembro. Mas sem meios para investigar, não dá", argumentou.

O relatório sugeria um esforço concentrado dos controladores em períodos de final de ano e Carnaval e criticava os pedidos de licença médica dos trabalhadores. Carlos William recomendou ainda que recursos do setor não sejam bloqueados e pediu a redução dos vôos para que o controle aéreo monitore somente o número de aeronaves estabelecido por regras de segurança.

No relatório, havia ainda a proposta de criação de um órgão central para coordenar ações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero, além da construção de uma rede hoteleira perto dos aeroportos. Outra sugestão era o remanejamento de horários dos vôos e aumento do horário de funcionamento dos aeroportos. Willian considerou ainda "prematuro" propor a desmilitarização do controle aéreo.

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