Política

Governadores criam fórum para discutir com presidente medidas do PAC
23-01-2007 11:41

Brasília - Governadores de 18 estados decidiram ontem (22) criar um fórum, formado por representantes das regiões, para sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a inclusão de outras medidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A decisão foi tomada na residência oficial do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), onde se reuniram para debater as medidas anunciadas.


O governador da Paraíba, Cássia Cunha Lima (PSDB), classificou o PAC como importante, mas criticou o fato de o governo federal não ter dialogado com os governadores. “Não participamos do banquete e somos convidados para pagar a conta. No momento em que o governo não mexe nas contribuições, mas ao contrário, promove isenções no imposto de renda e no IPI (Imposto Sobre Produção Industrial), isso diminui de forma direta as receitas do Nordeste e do Norte, que dependem do Fundo de Participação (dos Estados)”, reclamou.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), também criticou a falta de diálogo, e afirmou que era preciso um maior compartilhamento dos investimentos. “Deveria haver uma discussão mais aprofundada com os estados para que as prioridades fossem acopladas. O que falta no Brasil são orçamentos estaduais que tenham sintonia com o federal”, argumentou.

Apesar das críticas por não terem sido consultados na elaboração do PAC, os governadores afirmaram que o espírito, agora, é de colaboração. “O que pretendemos é que os governadores de oposição e situação tenham uma agenda comum que não priorize as questões específicas de cada estado, mas que nos permita também uma condição melhor de participação do processo de investimentos. Os investimentos devem ser compartilhados entre estados e municípios para que sejam mais efetivos e tenham melhores e mais rápidos resultados”, ressaltou Aécio.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não fez críticas à “falta de diálogo” reclamada pelos demais governadores. Para ele, todos os programas incluídos no PAC já são prioridades para os estados.

Segundo Campos, os governadores discutiram hoje a necessidade da construção de uma pauta comum dos estados com a do presidente para que não haja pedidos individuais, o que, na sua avaliação, beneficiaria os governadores aliados.

“Não há solução para os governos estaduais sem crescimento. Nessa hora temos que ser parceiros do presidente Lula. Ele fez o dever de casa do governo federal, temos que fazer o nosso, levar pleitos justos para somar esforços em vez de estar desperdiçando energia nas disputas que não nos conduzem absolutamente nada”, declarou.

Com relação à perda de receita por parte dos estados, devido a redução de alguns impostos, Campo afirmou que não há outra solução para os estados que não seja a do crescimento econômico. “É claro que algumas dessas medidas afetam o FPE (Fundo de Participação do Estados). Vamos ser claros e honestos na nossa fala. Estamos fazendo isso para a economia crescer, e na hora que a economia cresce, cresce a arrecadação. Se não houver o crescimento não haverá esse aumento da arrecadação. Somos sócios do presidente Lula na idéia de fazer o crescer o Brasil”.

Os governadores marcaram uma nova reunião para semana que vem, provavelmente na segunda-feira (29), também em Brasília. Dessa vez participarão apenas os governadores escolhidos para representar cada uma das cinco regiões do país. A idéia é ajustar as propostas de todos os estados que serão levadas ao presidente Lula na reunião marcada para o próximo dia 6 de março, em Brasília.


Ivan Richard
Da Agência Brasil
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