Política

Governadores tucanos criticam Programa de Aceleração do Crescimento
22-01-2007 19:38

Brasília - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, comenta em entrevista coletiva o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo federal. Foto: Rossewelt Pinheiro/ABr


Brasília - O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) recebeu críticas de três governadores do PSDB que estiveram presentes na solenidade de lançamento no Palácio do Planalto: Aécio Neves (Minas Gerais), Cássio Cunha Lima (PB) e Yeda Crusius (RS).

Em entrevista, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, defendeu um maior diálogo do governo federal com estados e municípios. "Existem medidas positivas, mas existem preocupações que eu pretendo junto a minha equipe e outros governadores analisar e detalhá-las um pouco mais. Mas fica faltando ao meu ver uma demonstração de disposição maior de compartilhar os investimentos de desenvolvimento no país com estados e municípios", afirmou o governador mineiro.

Dentre as preocupações, segundo Aécio Neves, estão o fato de o PAC não tratar dos recursos previstos na Lei Kandir nem das transferências das rodovias federais para os estados. "Nossa presença demonstra disposição de ser parceiro no projeto, mas não pode ser concentrado exclusivamente nas mãos da União", observou.

A falta de diálogo também foi uma reclamação do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima. "Como não fomos chamados para discussão, apenas estamos aqui convidados para conhecer a apresentação das propostas, temos que calcular o impacto das renúncias fiscais anunciadas nas nossas receitas", explicou.

Cunha Lima teme que estados do Norte e Nordeste sejam prejudicados pelo PAC que, segundo ele, prevê a renúncia fiscal de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e de Imposto de Renda, partes do Fundo de Participação dos Estados.

"O que pode aparentemente servir para melhorar o equilíbrio regional, na prática estará funcionando para aprofundar as desigualdades, na medida em que os estados perderão capacidade de investimento com a redução de suas receitas, fruto das isenções de IPI e Imposto de Renda", afirmou o governador paraibano.

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, reclamou que nem todas as obras importantes para os estados foram contempladas. "Eu, por exemplo, morri de inveja do metrô de Fortaleza, já que queríamos que o nosso metrô fosse até a grande Porto Alegre, onde estão as empresas e universidades. E essa obra não foi contemplada", disse.

No entanto, a governadora elogiou os recursos previstos para o Porto de Rio Grande. "O que pacote de hoje mostra é que dados os projetos nas mãos do governo federal, ele fez uma certa distribuição e priorização em função do que tem na cabeça", disse Yeda.

O governador de São Paulo, José Serra, não falou com a imprensa ao final do encontro. Do PSDB, esteve presente também o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho. O governador de Roraima, Ottomar Pinto, não compareceu.

Luciana Vasconcelos, Marcela Rebelo e Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
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