Política

Relatório de Serraglio é aprovado em reunião tumultuada
06-04-2006 12:06

A CPI dos Correios encerrou seus trabalhos no final da tarde desta quarta-feira (5) em clima tenso: o relatório do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), com modificações, foi aprovado por 17 votos a 4.

Após analisar os 37 votos em separado protocolados até a manhã de terça-feira (4), com o apoio do chamado "grupo de sistematização", o relator acolheu no seu texto 35 sugestões feitas pelos outros parlamentares.

Quando a reunião para a votação do documento foi aberta, por volta das 18h, Serraglio listou rapidamente as alterações que havia feito e, logo em seguida, o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), deu início ao processo de votação.

Diversos membros da CPI protestaram, sobretudo os componentes da base governista. O deputado Jorge Bittar (PT-RJ), por exemplo, alegou que seria absurdo votar enquanto o relator não explicasse melhor os itens que haviam sido modificados.

A senadora Ideli Salvatti (SC), líder do PT, pediu a palavra diversas vezes, exigindo o direito de apresentação de destaques ao texto, apoiada pelo deputado e relator-adjunto Maurício Rands (PT-PE), que recorreu ao Regimento Interno do Senado Federal.

Delcídio, no entanto, deu prosseguimento à votação, alheio às manifestações. Os votos "sim" dos deputados Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), vice-presidente do colegiado, e Arnaldo Faria de Sá (PTB),foram muito comemorados pela oposição (havia dúvidas sobre como os dois, sobretudo Bentes, iriam se posicionar).

À exceção do vice-presidente, os demais integrantes do PMDB se abstiveram. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) explicou que o partido pretendia votar com Serraglio, mas esperava que houvesse negociação. Vários parlamentares do PT também não votaram.

Proclamado o resultado, o relator anunciou parecer contrário a todos os votos em separado. Delcídio, então, deu por encerrada a sessão e finalizados os trabalhos da CPI, em meio a uma grande confusão. O relatório final será entregue à Secretaria Geral da Mesa.

Raíssa Abreu / Repórter da Agência Senado
POW INTERNET
<

Nenhum item encontrado