Política

Relatório final da CPI será lido na terça-feira
26-03-2006 15:01

A CPI dos Correios dá início à última etapa de suas atividades na próxima terça-feira (28): depois de dias de expectativa, está finalmente marcada para as 12h a leitura do relatório final. Em seguida, a comissão terá menos de duas semanas para discutir e votar o texto (o prazo para o encerramento dos trabalhos é 10 de abril).

O documento, que está sendo finalizado pelo relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), com o auxílio da equipe técnica, deve abordar, segundo esquema definido no início deste ano, o que o colegiado conseguiu apurar, em quase dez meses de investigações, a respeito do chamado "valerioduto", suas prováveis fontes, os supostos destinatários do "mensalão" e as contas do publicitário Duda Mendonça, entre outros pontos.

Serão anexadas as conclusões das cinco sub-relatorias - Fontes Financeiras (deputado Gustavo Fruet/PSDB-PR), Normas de Combate à Corrupção (deputado Onyx Lorenzoni/PFL-RS), Contratos (deputado José Eduardo Cardozo/PT-SP), Fundos de Pensão (deputado Antônio Carlos Magalhães Neto/PFL-BA) e IRB (deputado Carlos Willian/PTC-MG). À exceção do deputado Lorenzoni, cuja sub-comissão é essencialmente propositiva, os demais sub-relatores estão encaminhando diversas sugestões de indiciamento.

A questão que mais deve gerar polêmica entre governo e oposição durante a discussão do relatório é a provável citação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Em janeiro deste ano, Serraglio afirmou que o presidente sabia da existência do mensalão e esteve "muito próximo da negligência" em relação ao caso, na medida em que, ao que tudo indica, o esquema teria sido comandado pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, seu subordinado.

- Que o presidente Lula soube, todos nós sabemos que soube. Sabemos, inclusive, que, em uma das ocasiões, ele teria determinado a Aldo Rebelo que tomasse providências. Eu não tenho porque omitir isso. É um fato - afirmou o relator à época.

Em sintonia com a apreensão popular em torno do desfecho da comissão, o sub-relator de Contratos, José Eduardo Cardozo faz um alerta, na semana passada:

- Temo que, se nós, membros da CPI, não tivermos juízo, é possível que tenhamos um embate político-eleitoral em torno desse relatório e que as conseqüências sejam desastrosas. Se superarmos isso, teremos um excelente resultado, para a sociedade brasileira e para a administração pública federal - disse ele.

Raíssa Abreu / Repórter da Agência Senado
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