Política

Requião defende governo de esquerda e para o povo
01-01-2007 18:50

Um governo de esquerda, com a opção preferencial pelos pobres, voltado aos interesses do povo paranaense. Essas continuarão sendo as diretrizes do governo do Paraná nos próximos quatro anos, de acordo com o pronunciamento do governador Roberto Requião, ao tomar posse na manhã desta segunda-feira (1º), em sessão especial da Assembléia Legislativa, para o novo mandato.

Aplaudido em vários trechos do discurso, Requião afirmou que vai “radicalizar” a opção pelos pobres, pela defesa dos interesses do povo. E não deixou dúvidas quanto à postura político-ideológica do mandato que se inicia.

“Vamos ainda mais a fundo na tarefa de governar para o povo. E não é um governo de centro-esquerda, não. Não venham com esses ‘centrismos’, com esse equilibrismo. Somos sim um governo de esquerda”, declarou o governador. “Porque ser de esquerda é ser solidário, fraterno, humano. É ser gente. É ter os olhos, a alma e o coração voltados para as desigualdades e as misérias deste mundo”, completou.

Requião fez ainda um chamamento a todos aqueles que “se escandalizam” com as desigualdades e injustiças sociais, com a exclusão, com a concentração de renda. “Escandalizem-se, mas reajam, façam alguma coisa, desendureçam o coração e arejem o cérebro. Alinhem-se à esquerda, formem entre aqueles que ainda não perderam a capacidade de indignar-se e lutar.”

Desigualdades sociais - Críticas à globalização e ao neoliberalismo também estiveram presentes no discurso de Roberto Requião. O governador relacionou os dois processos ao aumento das desigualdades sociais e econômicas no mundo. “O fosso entre os que têm e o que não têm alargou-se de tal formas nos últimos anos, nesses malditos anos de expansão do neoliberalismo, que não seria catastrófico antecipar a possibilidade do colapso da civilização”, disse.

Por todas essas mazelas da globalização e do neoliberalismo, um governo eleito pelo povo não pode se abster de seguir o caminho à esquerda, ou ceder as conciliações com a direita, sob o argumento do “equilíbrio”.

“Para a direita, a eventual ascensão da esquerda é usurpação, é antinatural. Isso é de tal forma difundido, está de tal forma entranhado em nossa cultura, que muitos ditos de esquerda parecem constrangidos quando ganham uma eleição. Quase pedem desculpas à direita. Talvez seja por isso que, segundo dizem, nada mais parecido com o conservador do que a esquerda quando chega ao poder. Ou como se dizia no Império: “nada mais parecido com um luzia do que um saquarema no poder”, destacou Requião.

AEN
Foto:Theo Marques/SECS
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