Saúde

A guerra contra a dengue está só no começo, alerta o secretário da Saúde
13-02-2008 10:36

O secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, afirmou nesta terça-feira (12) que a guerra contra a dengue está longe de terminar. De acordo com Martin, o período de chuvas sem calor acaba sendo maléfico, pois a população acredita que a situação está mais tranqüila, quando na verdade é exatamente o contrário. “Este é o verão mais frio desde 1976, mas a água continua sendo acumulada e o mosquito aguarda apenas um período de calor para eclodir. Não podemos relaxar”, alerta o secretário.

De acordo com ele, o Paraná corre o risco de uma epidemia de dengue hemorrágica. “Se não for neste verão, será no próximo ou no seguinte. Não faltam muitos verões para que isso ocorra”, completa. O secretário explica que há três tipos de vírus da dengue circulando no Brasil. “Quando uma pessoa é picada pela segunda vez a chance dela contrair a forma hemorrágica da doença é muito maior. E a dengue mata, não é uma doença benigna como se costuma dizer”, enfatiza Martin.

Embora o panorama este ano pareça mais tranqüilo, a Secretaria da Saúde continua com as reuniões do Comitê Intergestor da Dengue, que envolve diversas entidades e órgãos públicos, estudando estratégias para combater a doença. Paralelamente a isso, a Secretaria segue com suas atividades de rotina para evitar que novos casos da doença apareçam. “Mas para isso é imprescindível que cada um faça a sua parte, limpe a sua casa e não deixe sob hipótese alguma qualquer local que possa ter acúmulo de água”, afirma.

De acordo com Martin, 90% dos focos do mosquito são intra-domiciliares, ou seja, estão localizados dentro das residências. “Os focos estão nas casas das pessoas”, salienta. Por isso, de acordo com Martin, é necessário que todos façam a sua parte. “Se você fizer a sua parte e o seu vizinho não, continua correndo o risco. Precisamos de uma grande mobilização contínua”, completa.

“Precisamos lembrar que o Paraná está localizado em uma região de fronteira com o Paraguai e estados como o Mato Grosso do Sul, que historicamente tem uma incidência grande de casos da doença”, explicou. No ano passado o Paraná teve 50 mil casos suspeitos da doença e 25.988 destes foram confirmados. Em 2008 o número de casos confirmados até o momento é 15 e os suspeitos 913. “Embora o número deste ano seja bem menor, não significa que não teremos problemas. Para que isso ocorra, precisamos da mobilização de toda a população”, avalia.

Outro dado significativo, segundo Martin, é o grande número de casos suspeitos notificados. “Isto é uma coisa muito positiva, pois significa que os médicos estão atentos e sensibilizados com a doença. Um diagnóstico rápido pode fazer a diferença para um paciente que pode evoluir para dengue hemorrágica”, analisa Martin.

A DOENÇA - O Aedes aegypti é o mosquito que transmite a dengue por meio de picadas, quando infectado com o vírus. Os sintomas que acompanham a enfermidade são febre, dor de cabeça, dor no corpo e dor no fundo dos olhos, além de dores nas juntas e manchas avermelhadas na pele. Ao constatar alguns desses sintomas, a pessoa deve procurar um médico o mais rápido possível. O verão é a época de maior proliferação do mosquito.

COMO AJUDAR — Para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença, a população deve vigiar todo recipiente que pode acumular água em sua casa, como pratinhos de vasos, garrafas, pneus e caixas d’água. É fundamental, também, jogar no lixo entulhos e materiais que possam reter água. Mesmo que a água seja retirada, os ovos do mosquito podem permanecer no local por até 450 dias. Para esterilizar recipientes que continham água parada, é preciso lavá-los com escova ou esponja embebidos em detergente.


AEN
Foto:SECS
POW INTERNET
<

Nenhum item encontrado