Saúde

Começa em Cascavel campanha de vacinação contra a aftosa no Paraná
30-04-2008 18:09

Começou em todo o Paraná a campanha estadual de vacinação contra febre aftosa. A campanha inicia no momento em que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) está prestes a restituir ao Estado o reconhecimento internacional de área livre da doença com a vacinação do gado nos próximos dias. O status foi perdido em outubro de 2005 quando ocorreu a suspeita de febre aftosa no Paraná.

Diante dessa expectativa, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) convida todos os parceiros - entre produtores rurais, prefeituras, cooperativas, sindicatos rurais patronais e de trabalhadores - a contribuírem com o governo do Estado no esforço de atingir a meta de vacinar 100% do rebanho bovino e bubalino. O rebanho paranaense é estimado em 9,5 milhões de cabeças e está presente em 215 mil propriedades das 373 mil existentes em todo o Estado.

O diretor do Departamento de Fiscalização da Secretaria da Agricultura, Silmar Bürer, representou o secretário Valter Bianchini no lançamento oficial da campanha, que ocorreu nesta quarta-feira (30) em Cascavel, no Oeste do Estado. Segundo ele, a comissão científica da OIE está reunida desde terça-feira (29) em Paris para avaliar a documentação enviada pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento referente à sanidade animal do Paraná e de mais 10 estados brasileiros, além do Distrito Federal.

O lançamento da campanha ocorreu na propriedade do condomínio Brahman Chaco, composto por cinco produtores rurais que criam gado de elite da raça Brahman. O condomínio cria cerca de 200 cabeças de animais puro sangue. Além de Bürer, participaram do evento o chefe do núcleo regional da Seab em Cascavel, Piotre Laginski, o gerente do condomínio Jairo Frare, vice-prefeito de Cascavel, Vander Piaia, o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Nelson Menegati, e o presidente da Cooperativa Coopavel, Dilvo Grolli, entre outras lideranças da região.

A campanha estadual de vacinação contra febre aftosa foi lançada em Cascavel, numa demonstração da importância da vigilância e o controle da febre aftosa na região de fronteira com o Paraguai para manter a sanidade animal. Segundo Bürer, ao iniciar a campanha estadual de vacinação a partir de Cascavel, o Paraná transmite ao Brasil e ao mundo que está atento à recorrência da enfermidade em países limítrofes.

De acordo com o Departamento de Fiscalização da Seab, haverá vacinação acompanhada de técnicos em cerca de 2.700 propriedades existentes ao longo da fronteira do Paraná com a Argentina, Paraguai e o Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma área que abrange desde o município de Barracão, fronteira com a Argentina, até Marilena, divisa com o Mato Grosso do Sul, onde técnicos da Seab e representantes de prefeituras, cooperativas e sindicatos irão a todas as propriedades para fazer a vacinação nos animais.

Nas demais regiões, Bürer recorre à conscientização dos criadores para que não deixem de imunizar seus animais. Inclusive faz um apelo para que os médios e grandes criadores ajudem vizinhos que têm poucas cabeças de gado ma orientação sobre a vacina. “O importante é não descuidar e um ajudar o outro”, destacou.

Para Laginski, chefe do núcleo regional da Seab em Cascavel, a vacinação em 100% do rebanho é importante manter o status de área livre de febre aftosa com vacinação para que não ocorram mais suspeitas. “Sabemos que a febre aftosa é utilizada como barreira para regular o mercado internacional. Daí a necessidade de os criadores terem muita responsabilidade com a vacinação de seu rebanho para não que não sofram prejuízos”, alertou.

OIE – A comissão científica da OIE está analisando a documentação de 11 estados mais o Distrito Federal. O Ministério da Agricultura enviou pedido de restituição da condição sanitária de zona livre de febre aftosa com vacinação dos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins, que haviam conquistado no início da década de 2000 o reconhecimento de área livre da enfermidade.

Segundo Bürer, a expectativa é que a avaliação sobre o Paraná seja favorável porque o governo do Estado e os produtores rurais fizeram e estão fazendo o dever de casa no que se refere à sanidade animal. Desde o início de 2006, logo após as suspeitas da doença no Estado, as campanhas estaduais atingiram índices de vacinação superiores a 80%, o que é reconhecido pelos organismos internacionais como eficaz para controlar o vírus da doença.

Bürer atribuiu essa situação à contribuição dos parceiros da iniciativa privada, que estão colaborando com as vacinações assistidas, e ao georeferenciamento de todas as propriedades da região de fronteira.


AEN
Foto: Roberto Corradini-SECS
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