Saúde

Governador inaugura Centro de Pesquisa em Células-Tronco do Hospital de Clínicas
06-07-2007 12:21

O governador Roberto Requião inaugurou nesta quinta-feira (5) o Centro de Pesquisa em Células-Tronco, na área de Cardiologia, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O Governo do Estado repassou R$ 360 mil para apoiar este projeto. Os investimentos foram destinados às pesquisas que contemplam um grupo de cerca de 30 profissionais, aquisição de produtos químicos e instrumental, além da construção de uma área específica para a instalação do laboratório de células troncos, que estava sendo montado há dois anos.

Requião lembrou que o Paraná é o único Estado que possui um fundo de Ciência e Tecnologia, mas que anteriormente não se conheciam os resultados dos projetos financiados. “Mas nós mudamos isso. Hoje tem que ter projeto e o Estado está satisfeito com o sucesso desta pesquisa”, afirmou o governador, que também disse não importar se a universidade é federal ou se os recursos deveriam ser de uma ou outra esfera de governo. “Estamos resolvendo isso”, completou.

Os estudos foram desenvolvidos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e contaram, além da verba repassada pela Secretaria da Saúde para o laboratório, com mais R$ 670 mil para as pesquisas, repassado pela Secretaria estadual da Ciência e Tecnologia.

“Esta poderá ser a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas”, resumiu o secretário da Saúde, Cláudio Xavier. De acordo com ele, o laboratório servirá para várias possibilidades. “Janelas e portas se abrem neste momento”, disse, se referindo que ao laboratório não se aplicará somente e diretamente a cardiologia, mas a outras especialidades como neurologia, nefrologia, entre outras.

O reitor da UFPR, Carlos Augusto Moreira Jr, disse que o Hospital de Clínicas está cumprindo o seu papel como hospital universitário. “Recebe recursos, forma profissionais, investe em pesquisa e leva as soluções para os pacientes”, afirmou. Ele também lembrou do momento em que o médico Danton da Rocha Loures disse que seria possível fazer o primeiro transplante de células tronco do coração aqui no Paraná e disse que desde que o governador Roberto Requião estabeleceu que hospitais públicos e universitários teriam prioridade, os resultados começaram a ser vistos.

Para o coordenador da disciplina de cirurgia do Hospital de Clínicas, Danton Rocha Loures, o Estado entendeu a importância do assunto. “O avanço em pesquisas dará alternativas de tratamento que não seja o transplante cardíaco”, exemplificou. Durante sua apresentação, Rocha Loures mostrou um paciente que depois de três meses de tratamento melhorou exponencialmente, fortalecendo o seu coração. “Mas ainda temos desafios a superar”, disse.

Ricardo João Westphal, cardiologista e professor do HC, é o idealizador do laboratório. Ele entende que a pesquisa em célula tronco é a esperança para o tratamento de várias doenças. “Os novos hospitais que estão sendo construídos no Paraná poderão utilizar tecnologia de ponta e se tornar referência no assunto em saúde pública”, declara. De acordo com Westphal, os pacientes que se submeteram ao implante de células-tronco em outros hospitais apresentaram resultados positivos.

“Esta iniciativa é um feito que está sendo construído há 30 anos. Sequer tínhamos idéia do potencial das células-tronco”, afirmou o diretor do setor de Ciências em Saúde da UFPR, Rogério Molinari. Segundo ele, tudo começou com transplante de órgãos e após vislumbrar a possibilidade de novas pesquisas, começaram os investimentos.

O HC participa de um projeto em pesquisa de células-tronco com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além disso, integra a rede de pesquisas em terapia celular do Ministério da Saúde (MS), coordenado pelo Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras (INCL), do Rio de Janeiro, que estuda 1,2 mil pacientes em todo Brasil, sendo 29 pacientes com cardiomiopatia dilatada, na forma grava, do HC.

Em junho, o HC realizou o primeiro implante de células tronco em um paciente com cardiopatia dilatada, doença degenerativa que faz com que o coração fique dilatado com diminuição de batimentos. O tratamento convencional é feito com medicamentos ou transplantes.

As células são extraídas do osso do quadril do paciente, de onde são retirados 100 mililitros de sangue. Esse material vai para o laboratório, onde se isolam as células-tronco. Depois, por meio de cateterismo, injeta-se o material em três coronárias do coração.

Cada célula-tronco pode formar 220 tipos de células diferentes. Elas podem se replicar e formar novas células sempre iguais ou também formar outras diferentes. As pesquisas surgiram há cerca de 20 anos e se iniciaram com camundongos. Em 1998 elas foram isoladas do tecido humano pela primeira vez.

Parceria - A Secretaria de Saúde possui parceria com o Hospital de Clínicas. Ao todo, o investimento no hospital é de cerca de R$ 10 milhões. Na reforma da Ala de Pediatria, são investidos cerca de R$ 1,1 milhão na ala e mais R$ 450 mil para a aquisição de Sede para o Serviço de Medicina Respiratória do Hospital. Para o hospital, já foram repassados R$ 4,1 milhões. Outros R$ 5,4 estão em andamento além do planejamento de repasse de R$ 130 mil para a captação de tecidos oculares e outros R$ 350 mil para o centro de pesquisa em célula tronco na área de cardiologia.

Curitiba – O governador também falou dos investimentos de saúde em Curitiba. São R$ 316 milhões que contemplam 10 unidades de saúde, um laboratório municipal, repasse de verbas para fortalecer os hospitais da capital e outros programas como o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma (Siate) e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

Das unidades de saúde, duas já estão em funcionamento e outras três prontas. “Curitiba nunca foi tão prestigiada por um Governo como agora. Este é um Governo que prioriza as pessoas e a qualidade de vida”, afirmou o secretário Cláudio Xavier. Ele falou ainda do Centro Hospitalar de Reabilitação, que deve estar em funcionamento até o final deste ano. “É o resgate de uma dívida antiga dos gestores públicos com esta parcela da população”, completou.

O hospital terá investimentos de R$ 35 milhões e o Governo do Estado já abriu consulta pública para compra de equipamentos. Serão 74 leitos e 10 UTIs “Não será igual ao Sarah Kubitschek. Será melhor. Pois será um hospital público e que será referência para a Região Sul do Brasil”, afirmou Xavier.

Mídia - Durante o seu discurso, o governador Roberto Requião também falou sobre os investimentos que antes eram para publicidade, mais de R$ 1 bilhão, e que agora são destinados para programas e projetos como os Centros de Saúde da Mulher e da Criança, que contribuirá para baixar definitivamente a mortalidade infantil no Estado e também o laboratório inaugurado hoje. “Estou escrevendo a minha biografia com atos”, enfatizou. “Já fui deputado, prefeito de Curitiba, governador do Estado e senador, e sou governador agora pela terceira vez. A minha contribuição como governador é com a moral e a ética”, finalizou.

Agência Estadual de Notícias
Foto:Venilton Kuchler/SESA
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