Saúde

No Paraná, número de casos da dengue cai de 15.600 para 240
17-04-2008 12:07

O Paraná reduziu de 15.600 casos autóctones da dengue (contraídos dentro do próprio Estado) para 240, comparando o mesmo período de 2007 com este ano. A queda de 98,46% foi anunciada nesta quarta-feira (16) pelo secretário da Saúde, Gilberto Martin. “Trata-se de uma grande redução e que mostra uma situação tranqüila, mas não o suficiente para baixarmos a guarda”, disse o secretário.

Segundo ele, esta é uma guerra contra o mosquito que está longe de ser vencida. “Os bons índices que temos agora refletem justamente no trabalho desenvolvido no ano anterior e mantido neste ano. É necessário continuar com as medidas de controle da doença”, pondera Martin. Os resultados apresentados são reflexos das ações desenvolvidas desde o ano passado, quando uma intensa mobilização organizada pela Secretaria da Saúde reuniu diversos setores da sociedade civil e também outros órgãos governamentais, como a Secretaria de Educação, Defesa Civil e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), lembrou o secretário.

Neste ano, além dos 240 casos autóctones, foram confirmados 74 importados – grande parte registrados na 2ª Regional Metropolitana e na 17ª Regional de Londrina. Os autóctones ocorreram em maior número nas regionais de Londrina, Maringá e Umuarama.

O secretário divulgou o novo boletim informativo da dengue, que mostra o panorama atual da doença no Estado. O documento, distribuído à imprensa e que já está no site da Secretaria da Saúde (www.saúde.pr.gov.br), mostra que o número de notificações de casos suspeitos também caiu, de 27.500 notificações o número baixou para 6.812 – uma redução de 75,23%.

Agora são 44 municípios do Estado que apresentam casos positivos da doença. A principal preocupação é com as regiões mais quentes, onde há maior propensão para o desenvolvimento de focos do Aedes aegipty, sobretudo nas regiões oeste e norte do Paraná.

Neste ano, o município de Tapira, localizado na 12ª Regional de Saúde (Umuarama), por exemplo, registrou 22 casos da doença e foi o primeiro a atingir índice superior a 300 casos por 100 mil habitantes. Isso significa que – após a portaria assinada pelo secretário Gilberto Martin no final de 2007 – a partir de agora, todos os casos suspeitos da doença neste município serão confirmados sem o exame laboratorial. “Por critérios epidemiológicos temos condições de afirmar que não precisamos de exames laboratoriais. Isto aumenta nossa capacidade e agilidade para realizarmos as mobilizações necessárias nestes locais”, explica Martin.

Na 17ª Regional de Saúde de Londrina, ocorreu o maior número de casos. Até o momento, em 2008, a regional registrou 91 casos autóctones e 12 importados. Somente no município de Londrina, foram 26 autóctones e seis importados.

De acordo com estudos do Comitê Intergestor de Combate à Dengue, a predominância de focos do mosquito em depósitos naturais é de apenas 1,47%. Em vasos, pratos e bebedouros é 18,87%, enquanto que em lixos e resíduos sólidos o número chega a 47,74%.

Em relação a possível risco de infestação em municípios vizinhos a locais considerados de risco, o consultor do Ministério da Saúde no Paraná, Glauco Oliveira, explicou que os ovos do mosquito podem até ser levados de um município ao outro através do transporte de resíduos. “Por isso, é tão importante continuar o trabalho de orientação”. O consultor também faz um alerta para o período de sobrevida dos ovos que é de 450 dias, ou seja, mais de um ano.

O secretário disse ainda que “o diferencial que pretendemos obter é a total mobilização da população. Fato que ainda não conseguimos alcançar, mas que estamos trabalhando para isso”. A situação de risco, associada ao índice de infestação predial, apresenta-se nula em 34% dos municípios. Com baixo risco, 7,27%. Médio, 21,3% e em 9,77% dos municípios está em alto risco. A Secretaria de Saúde não caracterizou 27% dos dados devido à falta de informações complementares que são enviadas pelos municípios. Para o Estado a prioridade remete-se ao índice de casos suspeitos, para que ocorra a investigação desses casos e ocorram medidas de bloqueio epidemiológico.

Dengue Hemorrágica – Até o momento, o município de Sarandi, localizado na 15ª Regional de Saúde, foi o único que obteve caso confirmado de dengue com óbito. O fato ocorreu em fevereiro, com extensiva investigação foi possível confirmação laboratorial e epidemiológica. Outros dois casos, em Jacarezinho e Paranavaí, deverão ser confirmados ainda nesta quarta-feira.

Ações – Entre diversas ações, o Estado adotou como principal diretriz a gestão integrada. Com isso, sensibilizaram-se servidores municipais, estaduais e membros da sociedade civil organizada. Foram desencadeadas ações educativas e de controle de vetores por meio de comissões intersetorias; o serviço de suporte de insumos recebeu complementação de 150 equipamentos costais, nove equipamentos pesados e 14 camionetas; além do monitoramento da circulação viral (casos) e dos vetores (índices de infestação).

Quando há confirmação de algum caso ou mediante risco é disponibilizada orientação técnica e de medidas de controle a serem desenvolvidas, como por exemplo, o envolvimento de toda a população.

A coletiva de imprensa contou com a presença da superintendente de vigilância em saúde da SESA, Vera Drehmer; consultor do Ministério da Saúde no Paraná, Glauco Oliveira; representante da Defesa Civil do Estado, major Fabio Mariano de Oliveira; e o técnico responsável pelo departamento de combate a Dengue, Ronaldo Trevisan.

AEN
Foto: SESA
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