Saúde

Representante da sociedade critica poder das multinacionais na área da saúde
16-11-2007 17:31

A farmacêutica Clair Castilho, representante da sociedade no Conselho Nacional de Saúde, participa da 13ª Conferência Nacional de Saúde, ao lado do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci Foto: Wilsom Dias/Abr



Brasília - O poder econômico das empresas multinacionais que trabalham com produtos para a área da saúde foi criticado hoje (15) pela representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Saúde, Clair Castilho. "O poder das multinacionais substitui o poder do Estado quando sua política de preços afeta o direito da população de acesso aos medicamentos", afirmou.

Durante palestra na 13ª Conferência Nacional da Saúde, que se realiza em Brasília, Clair também se queixou da prioridade que o governo dá ao superávit primário (economia que país faz para honrar compromissos).
"Os recursos públicos não podem ser prioritariamente usados para pagar juros ao sistema financeiro, em detrimento da necessidade de gastos com a saúde. Enquanto isso, mulheres e crianças estão morrendo por falta de assistência", afirmou.

Clair Castilho questionou se algum gestor público já propôs a diminuição de investimentos públicos para sobrar mais recursos para a saúde. Ressaltou que todas as mazelas que atrapalham a formação de um bom sistema de saúde no país "são devidas à priorização do capital". E sugeriu: "Morte ao capital!".

A representante do Comitê Técnico da Saúde da População Negra, Fernanda Lopes, afirmou em seu pronunciamento que "o direito à saúde deve ser indivisível" e cobrou o posicionamento do Estado na questão, que segundo ela integra o marco dos direitos humanos.

"Todos os direitos devem ter igual valor, devem ser aplicados para todas as pessoas", defendeu. Os direitos humanos, segundo ela, envolvem "um conjunto de valores éticos pautados no sentimento de justiça, do valor supremo da dignidade humana, que são universais".

De acordo com Fernanda Lopes, o direito à saúde “não prescinde do oferecimento de todo um conjunto de direitos capazes de extirpar a pobreza e a tirania, que incrementam a privação da liberdade, a omissão social, a negligência, e a intolerância em desfavor da saúde”.


Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
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