Saúde

Requião diz que Paraná não cede um milímetro na fiscalização de transgênicos
26-03-2006 14:55

O governo do Paraná vai intensificar a fiscalização para fazer cumprir a lei estadual da rotulagem de produtos transgênicos e a determinação de impedir a exportação de grãos geneticamente modificados pelo Porto de Paranaguá. A afirmação é do governador Roberto Requião, que na manhã deste sábado (25) participou da abertura do “Dia do Brasil” – evento que integra a programação da 8ª. Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP 8), em Pinhais.

Requião adiantou que, em razão do período eleitoral que se aproxima, precisará fazer alterações na equipe de governo, já que alguns integrantes terão que se desligar para disputar as eleições. “Vou colocar, nos institutos de fiscalização, os xiitas e os fundamentalistas, porque o Paraná não cederá um milímetro nessa campanha de precaução à transgenia. Já nos próximos dias a fiscalização será executada com extremo rigor.”

O governador justificou que a “radical” posição do estado do Paraná com relação às questões de meio ambiente - das quais faz parte a resistência aos organismos geneticamente modificados (OGMs) – tem como objetivo evitar riscos que, futuramente, podem se tornar irreversíveis. Agora, a firmeza do governo estadual passar a ser exercida também na luta contra a entrada da semente terminator, a chamada semente suicida, geneticamente modificada para produzir grãos estéreis . “Neste momento, a guerra é dura e o Paraná radicaliza”, salientou.

Exemplos como os da rejeição de transgênicos por parte de países da Europa, da Índia e da China foram citados pelo governador como mostra do problema que é a adesão aos OGMs. As perdas dos agricultores paraguaios que optaram pela soja transgênica nas últimas safras, tema de um documentário produzido pela TV Educativa, também foram mencionadas por Requião como retrato dos prejuízos que a transgenia representa não só ao meio ambiente, como também à economia.

Porto – Entre as ações do governo estadual de resistência aos transgênicos está a decisão de proibir a movimentação de OGMs pelo Porto de Paranaguá. Ainda na abertura do “Dia do Brasil, o governador fez um breve histórico do que foi feito pela atual gestão na recuperação da credibilidade e da importância do porto paranaense, “o maior exportador de grãos do mundo”.

Requião mencionou que, em 2002, último ano da gestão anterior, Paranaguá recebeu cerca de 2 mil reclamações contra a impureza dos grãos exportados – inclusive sobre a existência de soja transgênica sendo irregularmente movimentada pelo porto. Com o aperto na fiscalização promovido pelo atual governo, esse tipo de queixa desapareceu. Além disso, a atual administração portuária investiu em logística, impediu a privatização do terminal portuário e fez aumentar a movimentação de carga.

“Em 2002, a receita cambial do Porto de Paranaguá foi de US$ 4,4 bilhões. No ano passado, já havia subido para US$ 9,1 bilhões. Existiam filas de caminhões de 100 quilômetros. Hoje, Paranaguá está recebendo uma média de um caminhão por minuto e não há sequer esboço de congestionamento. Mesmo assim, o porto continua sendo alvo constante de combates pela grande mídia e por multinacionais, que têm como objetivo privatizar o nosso porto”, explicou o governador.

AEN
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