Saúde

Saúde confirma casos e intensifica ações de controle da Febre Amarela
12-03-2008 20:05

O secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, divulgou nesta quarta-feira (12), em Curitiba, informações sobre os dois primeiros casos de Febre Amarela infectados em território paranaense. Ambos registrados em uma mesma família, residente na área rural em Laranjal, Centro-Oeste do Estado. O secretário destacou que não há motivo para pânico e que só deve procurar a vacina quem reside em áreas de riscos, transição ou quem vai se deslocar para estas áreas. “Na zona rural destas regiões iremos de casa em casa para fazer a vacinação. Nas áreas urbanas a população encontrará a vacina à disposição nas unidades de saúde”, explicou.

O município, pertencente à 5ª Regional de Saúde, encontra-se a 327 quilômetros de Curitiba. Possui 7,4 mil habitantes, sendo 84,7% moradores da área rural. Segundo o secretário Gilberto Martin, além da regional de Guarapuava, também são consideradas áreas de riscos os municípios pertencentes às regionais de Irati, União da Vitória, Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Cascavel, Campo Mourão, Toledo e Ivaiporã. A maioria destes municípios está em uma área que começa no sudoeste do Estado, passa pela região Oeste e termina no Centro Oeste do Paraná, encerrando em Guaíra, na fronteira com o Paraguai.

Outros 127 municípios estão em área de transição, ou seja, ainda não apresentam nenhum caso, mas estão dentro de área passível de risco de transmissão. A área de transição compreende as regionais de Umuarama, Cianorte, Paranavaí, Maringá, Apucarana e Londrina. As outras regionais estão na considerada área livre, não apresentam risco de contaminação, como a região dos Campos Gerais, Curitiba e Região Metropolitana e o Litoral do Estado. De acordo com o secretário, o plano de vacinação será colocado em prática a partir da próxima semana.

O combate à doença será intensificado dentro da definição de cada uma dessas três áreas. A preocupação maior é com a área rural destes municípios, onde o vírus da doença pode estar circulando. Além da intensificação da vigilância de epizootias – de controle da transmissão pelos primatas (macacos). “Até o momento todos os exames dos primatas deram negativos e ainda não havia a confirmação da circulação do vírus no território. Entretanto, agora a situação mudou e exige uma mudança na rotina das ações desenvolvidas pela Secretaria” analisa Martin.

Outro controle importante é a vigilância entomológica que investiga os vetores, como é o caso do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela urbana. Esta não verificada no Brasil desde 1942.

CASOS – Com confirmação laboratorial – um caso que envolve um homem de 27 anos, o qual adoeceu em 24 de fevereiro e foi diagnosticado em 11 de março. Segundo boletim médico, o paciente já obteve melhora clínica e está fazendo hemodiálise. O segundo caso, envolvendo um homem com 35 anos, resultou em morte no dia 29 de fevereiro. Como não houve exame laboratorial e ainda havia dúvidas se tratava de leptospirose ou febre amarela, o caso foi confirmado com diagnóstico clínico e epidemiológico, já que o segundo paciente e o primeiro eram irmãos e trabalhavam juntos na área rural de Laranjal.

Em 2008, o Paraná já registrou 10 casos suspeitos da doença. Destes três foram descartados, um encontra-se em investigação, quatro foram confirmados (sendo dois de casos importados) e dois chegaram a óbitos. As mortes ocorreram no município de Maringá (caso importado) e no município de Laranjal (autóctone – clínico epidemiológico).

Segundo o secretário, até o momento mais de 7 milhões de paranaenses estão imunizados contra febre amarela. A distribuição de vacinas é realizada por meio de planejamento, baseado em estimativas populacionais, doses de rotina e outras demandas. O Ministério da Saúde encaminha os imunobiológicos à Secretaria de Saúde do Estado que por sua vez repassa às regionais e estas aos municípios.

Normalmente, a vacinação contra a febre amarela é feita a partir dos nove meses de idade e deve ser renovada a cada 10 anos. Todos os postos de saúde dos 399 municípios do Estado dispõem de vacina para atender a população durante o ano todo.

O trabalho de conscientização também vem sendo realizado de forma contínua, com o objetivo de alertar a população para a importância da imunidade de grupo, uma vez que ao se vacinar o individuo não estará apenas se protegendo, mas contribui para a interrupção da cadeia de transmissão.

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, até o dia 5 de março foram feitas 60 notificações de casos suspeitos da forma silvestre da doença no país. Sendo 35 confirmados, 23 descartados e 19 pacientes mortos. Goiás registrou o maior número de casos, 60%, e também foi o estado onde ocorreu o maior número de mortes, um total de 13 pessoas.

AEN
Foto Divulgação
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