Saúde

Secretaria da Saúde do PR confirma caso importado de Febre Amarela
16-01-2008 10:30

O secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, confirmou nesta terça-feira (15) que a causa da morte de um paciente de Maringá, ocorrida no dia 8 deste mês, foi por febre amarela. A confirmação foi dada por meio de um exame laboratorial feito pelo Instituto Adolpho Lutz, de São Paulo. De acordo com Martin, a população pode ficar tranqüila, pois o caso é importado (a pessoa foi infectada em outro Estado) e portanto não há motivo para pânico ou corrida atrás das vacinas nos postos de Saúde.

“Faço um apelo para que só busque tomar a vacina quem não está vacinado ou foi imunizado há mais de 10 anos e que vá se deslocar para as áreas de risco”, pediu o secretário. Segundo ele, a estratégia do Estado no enfrentamento da doença continua a mesma. “As medidas que devem ser tomadas neste caso já foram iniciadas quando da suspeita do caso”, explica Martin. Estas medidas são a aplicação de um inseticida na área próxima e a vacinação no município das pessoas que não estejam imunizadas dentro das condições determinadas e a busca ativa de outros possíveis casos.

Até o momento os casos confirmados da doença no Brasil são da forma silvestre, ou seja, contraídos em matas ou florestas. Nestes locais o vírus circula de forma permanente, ou seja, é necessária a vacina para quem for para locais que apresentem estas características. A forma urbana, transmitida nas cidades, não tem registro no País desde 1942. “Por isso reforçamos que não há motivo para preocupação e que só tome vacina quem for se deslocar para estes locais”, reafirma Martin. De acordo com ele, o risco é que se inicie a forma de transmissão urbana, o que até o momento não apresenta uma probabilidade concreta, sobretudo no Paraná.

Ainda sobre a vacinação, o secretário disse que o Paraná acabou de receber um lote de mais de 100 mil doses da vacinas. “Não faltará vacinas caso sigamos o fluxo normal de imunização, ou seja, que seja vacinado quem realmente precisa”, explica. Martin ressalta que o cidadão que buscar a vacina já estando imunizado estará cometendo vários equívocos, desde correr risco de ter reações adversas à vacina, até usar doses que seriam destinadas para quem realmente precisa. “Não protegerá mais do que já está protegido tomando mais vacina, muito pelo contrário, acaba entrando em uma situação de ter reações adversas sem necessidade. Além de tudo, isso vai totalmente contra o pensamento coletivo”, afirmou.

Martin também lembrou que o Paraná é um dos Estado que tem a melhor cobertura vacinal contra a doença, uma vez que desde 1999 foi colocada na rotina das imunizações. Ao todo 71% da população paranaense já está vacinada, o que representa mais de 7 milhões de habitantes. No caso de Maringá esta cobertura chega a 98% da população.

Para os moradores de Curitiba, Martin disse que a capital tem um baixo índice de infestação predial do Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue e também febre amarela no ciclo urbano. Por isso, em Curitiba, só deve procurar a vacina quem for se deslocar para áreas de mata ou florestas.

A respeito da morte de macacos, o secretário reiterou que faz parte da vigilância em saúde o monitoramento de óbitos dos primatas e que isto continuará ocorrendo e que não há motivo para preocupação com estes fatos. “É uma rotina dentro do sistema de saúde”, completou.

Ainda na tarde esta terça-feira (15) a Secretaria da Saúde reuniu os diretores das 22 Regionais de Saúde do Estado para passar orientações sobre a doença e reiterar as questões informadas pelo secretário à imprensa.

CASO – O paciente de Maringá que morreu no dia 8 de janeiro viajou para as festas do final de ano para o município de Caldas Novas, em Goiás. Voltou para o Norte do Paraná no dia 1º e no dia 4 começou a sentir os primeiros sintomas da doença. O resultado do exame foi confirmado na manhã desta terça-feira (15) pelo Instituto Adolpho Lutz, de São Paulo.

ÁREAS RISCO - As áreas que o Ministério da Saúde determinou como sendo de risco são os Estados que compõem a Região Norte e Centro-Oeste do país, Maranhão e Minas Gerais. Além do oeste de Piauí, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e as regiões sul da Bahia e Espírito Santo.

A vacinação contra a febre amarela normalmente é feita após os nove meses de idade e deve ser renovada a cada 10 anos. Entretanto, para os bebês que se deslocarão para áreas de risco, a vacinação deve ser feita partir dos seis meses. Todos os postos de saúde do Estado dispõem da vacina para a população durante o ano todo.

Na transmissão silvestre, o mosquito pica um macaco doente e transmite o vírus para outro macaco ou para o homem, quando este entra em ambiente onde haja transmissão da doença. Já na transmissão urbana, o mosquito entra em contato com o sangue de uma pessoa contaminada e transmite para uma outra pessoa sadia.

Os sintomas iniciam-se de maneira súbita, com febre alta, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos. Geralmente no terceiro ou quarto dia, há uma melhora geral e a febre desaparece. Em alguns casos, os sintomas podem evoluir para a forma grave, voltando a apresentar febre, diarréia e vômitos. A pele fica amarela e aparecem hemorragias nas gengivas e narinas. Os rins deixam de funcionar e nesse estágio o doente pode apresentar confusão mental, evoluir para o coma e chegar à morte.


AEN
Foto:Venilton Kuchler/SESA
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