Saúde

Técnicos da Secretaria da Saúde descobrem nova espécie de inseto
03-10-2007 17:57

Pesquisadores do Núcleo de Entomologia Médica de Maringá, pertencente à 15ª Regional de Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde, descobriram uma nova espécie de inseto flebotomíneo (subfamília de insetos com duas asas). A descoberta aconteceu na Ilha Rasa, em coletas feitas com armadilhas elétricas luminosas, no interior de um túnel artificial que em outros tempos era utilizado por usineiros para a extração de minérios.

A nova espécie foi encontrada pelos técnicos durante a realização de estudos entomológicos (em insetos) iniciados em 2005, e publicados em agosto de 2007, no município de Adrianópolis, região do Vale do Ribeira.

O novo flebotomíneo recebeu o nome de Brumptomyia angelae em homenagem a Ângela Cristovalina Pernier dos Santos, esposa de Demilson Rodrigues dos Santos, um dos autores deste trabalho. Segundo o coordenador de entomologia da Secretaria, Allan Martins da Silva, também um dos autores da descoberta, a nova espécie faz parte da família dos transmissores da Leishmaniose Tegumentar Americana. Apesar disso, o novo inseto não traz nenhum risco ao ser humano.

“Após inúmeras análises literárias para comprovar se realmente era uma espécie nova, constatamos que o inseto não tem ligação direta com a transmissão da leishmaniose, apesar de ser da mesma família dos insetos transmissores da doença é inofensivo”, garantiu Silva.

Para o técnico Demilson Rodrigues dos Santos, a descoberta de uma nova espécie de inseto é motivo de grande satisfação. “Ser o primeiro no mundo a identificar o Brumptomyia angelae traduz a importância do nosso trabalho para a ciência e, sobretudo, para a sociedade”, relata. Santos explica que é por meio dessas descobertas que se aplicam medidas mais eficientes de controle de populações de insetos transmissores de agentes patogênicos.

O trabalho com a descrição da nova espécie foi publicado na Revista Memórias, do Instituto Oswaldo Cruz (Volume 102, número 5), e cita como autores a Dra. Eunice Aparecida Bianchi Galati, da Universidade de São Paulo (USP), além dos técnicos Demilson Santos e Allan da Silva.

Espécies – Os flebotomíneos constituem um grupo de insetos responsáveis pela transmissão das leishmanioses tegumentar e visceral. Atualmente são conhecidas, em todo mundo, aproximadamente 880 espécies. Destas, 410 são descritas no Velho Mundo e Oceania, e 470 tipos são encontradas nas Américas.

No Paraná, até o presente momento, a fauna destes insetos é representada por 43 espécies, com maior distribuição nas regiões Norte e Noroeste, onde a Leishmaniose Tegumentar Americana é considerada endêmica. Dentre estas espécies, pelo menos seis são dotadas de importância epidemiológica. Isso se caracteriza por dois motivos: pelo fato de já terem sido encontradas naturalmente infectadas por protozoários do gênero Leishmania , e por serem susceptíveis a infecção e/ou transmissão do agente etiológico em estudos de laboratório.

Na região Sul do Brasil, o Paraná é o que mais apresenta casos de Leishmaniose. Somente no período de 2000 a 2005 foram registrados 4.582 casos, nma média de 763 por ano.

AEN
Foto Divulgação
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