Segurança

Ligações para central de atendimento à mulher triplicaram entre 2006 e 2007
13-04-2008 02:13

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil


Brasília - Quase 2,1 milhões de mulheres são espancadas por ano no Brasil, o que representa uma vítima a cada 15 segundos. Mas aos poucos elas saem da sombra e procuram mais informações para denunciar os abusos e agressões.

Em 2006, quando foi sancionada a lei Maria da Penha, a Central de Atendimento à Mulher, ou disque 180, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, recebeu cerca de 40 ligações por dia. Em 2007, 131 mulheres procuraram a central diariamente em busca de orientação e informações sobre como denunciar companheiros agressores.

A subsecretária de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Aparecida Gonçalves, credita os avanços no atendimento do disque 180 à lei Maria da Penha. “A lei trouxe mais debate, as mulheres se informaram mais e estão mais seguras para denunciar”, diz.

Segundo ela, o público majoritário na central é o de vítimas mais pobres. “A violência acontece em todos os níveis sociais, mas quem liga são as das classes C, D e E. As outras têm acesso a advogados e outros meios de informação”.

Aparecida Gonçalves também diz que as mulheres que procuram o disque 180 geralmente estão muito solitárias. “A primeira forma de violência que eles [os agressores] cometem é afastá-las dos amigos. Depois, da família”.

A monitora de atendimento da central, Valquiria Câmara, concorda. “Algumas ligam muito fragilizadas, outras indignadas. Nós acolhemos, indicamos os lugares onde elas podem denunciar e procurar apoio”.

Segundo ela, o perfil das atendentes – todas mulheres – é cuidadosamente escolhido e elas passam por cursos de capacitação e acompanhamento psicológico. O atendimento dura em média 13 minutos. “Mas é importante ressaltar que nós não somos um disque denúncia, e sim uma central para informações”, explica Valquíria acrescentando que nenhuma denúncia é encaminhada diretamente pela central.
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