Por Rick Boxx
Três pessoas foram convidadas para debater um tópico emocionante em um programa de entrevistas. A discussão entre dois convidados e o entrevistador ficou tão intensa que eles começaram a gritar um com o outro. (Sei que isso se tornou quase que um comportamento padrão na mídia televisiva ou radiofônica atual, mas quero ressaltar o que aconteceu em seguida.)
Finalmente, depois que a gritaria já tinha se prolongado por vários minutos, o entrevistador interrompeu a disputa perguntando à terceira convidada, que estivera silenciosa até então, qual era sua opinião. Suas palavras mansas e ponderadas trouxeram ordem ao caos. Não apenas isso, mas sua conduta também a fez parecer mais digna de crédito do que os outros com sua gritaria estridente.
Em nosso mundo atual, com ruídos de todas as direções vindo sobre nós, alguns decidiram que aqueles que gritam mais alto vencem. É uma nova abordagem para o dito popular “Quem não chora, não mama”. Mas, na realidade, a calma e uma abordagem serena na comunicação ainda é mais eficiente e, na maioria das vezes, causa maior impacto.
Essa não é, de modo algum, uma revelação nova. A Bíblia, que alguns consideram ser o maior livro sobre práticas profissionais e empresariais, tem muito a dizer sobre as forças, fraquezas e armadilhas da palavra oral. Por exemplo, Provérbios 15:1 declara: “A palavra calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira.” Outra passagem diz: “O coração do sábio ensina a sua boca, e os seus lábios promovem a instrução.” (Provérbios 16:23).
Tais admoestações não se limitam aos programas de entrevistas da TV ou do rádio. Anos atrás, líderes civis reuniram-se numa grande cidade para discutir a possibilidade de apresentar uma proposta para sediar os Jogos Olímpicos de Verão. A discussão tornou-se negativa, com a maioria dos participantes mantendo o foco sobre os potenciais problemas que sediar um evento daquela magnitude poderia causar.
Depois de o debate ter se prolongado por mais de duas horas, o líder do encontro voltou-se para um dos mais novos membros do grupo. Esse indivíduo ainda teria que apresentar alguns comentários, por isso o moderador perguntou: “Ted, você ainda não disse nada. Qual é a sua opinião?” Com todos os demais no recinto sentados em silêncio e expectativa, ele calma e serenamente respondeu: “Não havendo bois, o celeiro fica limpo...”
Somente dois ou três minutos tinham passado, mas pareceram horas até que alguém no grupo ponderasse sobre o que Ted acabara de dizer. De repente, alguém disse com entusiasmo: “Quer saber? Ele está certo!” E, a partir daquele ponto, o encontro tomou outro rumo. Ted não disse a eles que sua frase era uma citação da Bíblia, Provérbios 14:4, mas o seu significado ficara claro: Sem ordenha, não há leite. Ou, colocando em termos que melhor se aplicam ao ambiente de trabalho, para realizar alguma coisa importante, você precisa estar disposto a confrontar desafios inevitáveis.
As Escrituras nos dizem que o meio preferido por Deus para comunicar-se com seu povo é suave, não através de gritos ou mensagens dramáticas. Em I Reis 19, lemos sobre Elias, o qual foi usado por Deus para realizar uma série de milagres. Em seguida, física e emocionalmente exausto, o profeta fugiu depois de saber que a malévola rainha Jezabel procurava matá-lo. Depois de descansar e ser revigorado, Elias esperou pelas novas instruções de Deus. Veio, então, um poderoso vento, depois um terremoto. O versículo 12 nos diz: “Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave.”
Deus escolheu comunicar-se com Elias com palavras suaves que somente o profeta atento poderia ouvir. Para todos nós no mercado de trabalho, a aplicação é simples: Para vender o nosso produto ou ideia, às vezes um sussurro suave é melhor do que um grito. E se você orar a respeito de decisões importantes, talvez Deus queira que você espere pelo seu sussurro.
Próxima semana tem mais!
Rick Boxx é presidente e fundador da "Integrity Resource Center", escritor internacionalmente reconhecido, conferencista, consultor empresarial, CPA, ex-executivo bancário e empresário. Adaptado, sob permissão, de "Momentos de Integridade com Rick Boxx", um comentário semanal acerca de integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto (jcnieto20@gmail.com).
MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2020 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL
Questões Para Reflexão ou Discussão1. Qual sua reação diante de pessoas trocando palavras aos gritos e raivosamente, quer seja num programa de entrevistas ou numa reunião de trabalho?
2. Por que, em sua opinião, algumas pessoas parecem pensar que quanto mais alto gritarem mais chances têm de persuadir ou influenciar os discordantes? Você concorda com isso? Explique sua resposta.
3. Você pode citar uma ocasião em que tenha visto alguém comunicar sua opinião de maneira calma e serena? Essa abordagem é eficaz para você?
4. Deus já comunicou alguma coisa a você de maneira suave, num sussurro? Como foi a experiência e como você reagiu?
Nota: Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 16:24; 17:14,28; 18:13,21; 21:23; 22:11; 25:11,15; Mateus 5:3-8.