Reflexão

A cidade onde moro



Procurai a paz da cidade, para onde vos desterrei, e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz” Jeremias 29:7

“A cidade é uma estranha senhora, que hoje sorri e amanhã te devora”. É assim que Chico Buarque canta seu desencanto com a cidade. Tem algo de verdadeiro nesta afirmação. A cidade como a conhecemos, gera tensão e faz subir a adrenalina. Sentimo-nos como numa selva, cada qual atentando para não ser devorado seja pela astúcia dos homens a enganar os incautos, pela arma de algum meliante ou pela pressa dos motoristas cujos carros e motos nos cruzam ou ultrapassam como feras ‘roncantes’.

No grego o equivalente para a palavra cidade é “polis”. Daí se deriva a palavra “política”, que trata das coisas da cidade e, por extensão, da nação toda. Como cristãos, somos chamados a nos engajar politicamente, o que não é o mesmo que envolvimento partidário, mas implica no exercício da cidadania responsável. Como? Pela prática e a cobrança da ética, pelo amor e o serviço ao próximo e, inclusive, pela crítica construtiva e a oração. Não se envolver, calar, refugiar-se em sí mesmo, não deixa de ser uma opção política de cunho negativo. As Escrituras entendem a prática da oração como fator importante e determinante para a paz da cidade: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito” (I Timóteo 2,1-2). Somos convocados, pois, a orar por nossa cidade e nosso País. Orar para que tenhamos políticos e governantes sábios, justos e tementes a Deus. Orar por uma cultura geral, onde a ética e os valores sejam outra vez entronizados em seus devidos lugares. Orar – e viver segundo a escala de valores que as Escrituras ensinam. Que pela nossa oração seguida da ação, Deus nos conceda viver numa cidade que “devore” menos, sorria mais e proporcione vida pacífica aos seus filhos!

Pr. Egon Lohmann

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