Reflexão

Atitude - A Noiva de Cristo



E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. (João 7:37)

Ainda que totalmente fora de um contexto especifico de ensino, este versículo traz consigo um ensino poderoso para nossas vidas. Era Jesus numa festividade, não era um momento na sinagoga ou especificamente ensinando seus discípulos, mas como se diz de onde venho, Jesus não dava ponto sem nó.

Note que se alguém tiver sede, mesmo estando em meio a uma festa, tem que se mexer e vir beber. Interessante isso, pois estamos sempre acostumados a ouvir que tudo se resolve orando, que Deus nos supre, que a fé move montanhas. Eu não tenho a menor duvida de que estas coisas são boas e verdadeiras, mas como tudo neste mundo temos de entender a aplicação.

Oração resolve tudo? Discordo. Sou um homem de oração, amo orar, conheço de perto o valor e o poder da oração. Mas veja este texto - quem tem sede, levante-se, mexa-se, mova-se - venha e beba. Orando ou sem orar? Não diz no texto, mas o que diz é que tem que se mexer. Uma coisa não anula a outra, se vamos orar sem cessar como a Palavra nos ensina, temos de aprender que não podemos parar de respirar para isso, assim como comer, trabalhar, descansar, adorar, estudar. Ao orar sem cessar, não vejo autorização bíblica para sermos desleixados, ou preguiçosos, ou vagabundos, ou parados. Se tiver sede, venha a mim e beba, sem parar de orar. Qual a dificuldade? Uma coisa não invalida a outra, ainda que para muitos nós pareça que sim.

A passividade do chamado povo de Deus no nosso tempo é preocupante, pois parece que só podemos fazer uma coisa de cada vez. Se vamos orar temos que parar tudo? Se vamos adorar paramos tudo? Se vamos evangelizar paramos de trabalhar? Eu sei que soa duro, mas estou cansado de ver pessoas querendo parar de trabalhar para “servir a Deus”, o que na verdade é um mero disfarce para o comodismo. Se Deus chamou, não se negue, mas se não chamou, não se meta. Há muito para ser feito e sempre houve. Jesus mesmo disse que a seara era grande demais para o tamanho do time. Sou totalmente favorável a dedicar totalmente seu tempo a servir ao Senhor, mas que seja por chamado e não por outro motivo qualquer.

Na mesma veia da passividade, me preocupa o fatalismo. É um tal de “Deus quer assim” ou “se for da vontade de Deus” empregados de forma que não posso concordar de forma alguma. Estamos muito condicionados ou adestrados no pensamento de que temos que pedir para um pastor orar para resolver tudo. Primeiro que todos temos o mesmo acesso a Deus. Segundo, que o que Deus já revelou na Sua Palavra não adianta orar que Ele não fará de outra forma. Tem sede? Mexa-se e venha beber. Aflito? É assim mesmo, mas tenha ânimo que a vitória vem. Sofrendo? Se for por amor a Cristo aguarde seu prêmio e se for por sem-vergonhice - bem feito… 1 Pedro 2:20, Mateus 5:10, 2 Timóteo 2:12, 1 Pedro 4:15 entre outros.

A noiva do Cordeiro carece de sabedoria e temor. Não pode usar uma responsabilidade ou mandamento para se liberar de outro. Se temos de orar sem cessar e se mexer para vir e beber - venhamos orando. Se temos de fazer tudo para a Glória de Deus, também temos de trabalhar pelo nosso pão. Se temos de fazer o evangelho conhecido, também temos de desenvolver nossa salvação com temor e tremor. Que Deus nos ajude.

“Senhor, me ensina a viver uma vida que reflita todas as coisas que Tu tens para mim e não apenas as que me interessam ou me convém. Fortalece-me para que eu consiga ir além dos meus próprios limites de entendimento.“

Pr Mário Fernandez vive em Curitiba desde 1994, onde desempenha seu ministério local com ensino, liderando células, discipulando homens e ministrando a Palavra.

ICHTUS

 


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