Reflexão

Cruz – Glória



mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. (Gálatas 6:14)

Mas afinal de contas, o que é glória? O que é gloriar-se?

Os dicionários que consultei falam em brilho, esplendor, alguns falam em virtude reconhecida, outros falam em renome, dignidade. Talvez um bom resumo disso seja que glória é qualquer coisa que me faça sentir destacado ou reconhecido. Seja o que faz de mim diferenciado dos demais. Poderíamos dizer que é o que coloca em patamar diferenciado, elevado, acima.

Usando de um português quase tosco de tão simples, podemos dizer que gloriar-se é sinônimo de “se achar”, seja isso merecido ou não, pois todas as referências que encontrei são claras ao dizer que a glória é inerente e independente de mérito. Por exemplo, um rei tem glória real independente de merecer ser rei ou não – ele pode ser simplesmente um herdeiro que nunca fez nada para merecer estar ali, mas está de qualquer forma.

Olha só que coisa maravilhosa – se eu tenho motivo para “me achar” é na cruz, onde fui crucificado para esse mundo por meio de Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus. Só posso me orgulhar, brilhar, me exaltar, daquilo que nem sou eu que sou, mas Ele que fez. É maluco como tudo do Reino de Deus, mas funciona.

Se mais de nós entendêssemos isso certamente o mundo seria outro, pois o tempo que gastamos nos combatendo, divergindo, discutindo, tentando estar certos… esse tempo todo poderíamos estar adorando, compartilhando nossa fé, olhando para o alvo, nos aperfeiçoando, crucificando nossa carne. A cruz tem um papel de nos colocar em nosso devido lugar, nos dando toda glória e honra que nos são devidos – nenhuma. Isso mesmo, nenhuma glória, nenhuma honra, nada de nada. A Jesus Cristo pertence toda glória, toda honra e toda exaltação possível.

Note que o papel da cruz na vida prática de um cristão vai além do que se poderia chamar de teologia. Não é uma questão de estudo, de entendimento, de compreensão, é apenas uma questão de sujeição. Eu devia ter morrido, Jesus morreu no meu lugar. Eu morro para o mundo, o mundo morre para mim. Cruz. Lugar de morte, lugar de sacrifício, lugar de entrega. Na prática é assim, eu não posso “me achar” por que não mereço, não tenho brilho ou glória nenhuma. Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz. Longe de mim achar que sou algo, exceto pelo que aconteceu naquela cruz. Longe de mim ter brilho ou destaque.

Ouvi uma frase anos atrás dizendo “

Onde brilha o sol da justiça não há lugar para estrelas”

. Tente contar as estrelas do céu num dia ensolarado e entenderá. Jesus é o Sol da Justiça, no Reino Dele não precisa mais luz que isso. Se glória é brilho, só podemos refletir o brilho Dele. Glória de crente é cruz. Brilho de servo de Deus é reflexo. Espelho tem que andar limpo para refletir, o resto é tudo periférico.

Senhor, obrigado por aquela cruz e por me inserir nela de modo substitutivo. Eu fico maravilhado com Teu amor por mim, com a liberdade que tenho para Te servir. Me ensina a morrer para mundo.

Mário Fernandez

ICHTUS
Edificando o Povo de Deus pela Internet

 


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