Reflexão

Fome



Você já sentiu fome alguma vez? Não apenas aquele sentimento de vazio no estomago entre uma e outra refeição e que logo será saciado, nem mesmo devido a uma dieta forçada ou a um regime necessário. Eu pergunto por fome mesmo, querer comer e não ter o que comer, ser privado ou impossibilitado de saciar uma necessidade física por alguma razão, nem sempre lógica ou cabível.

Ouvimos relatos de pessoas que passam fome no Brasil e no mundo afora, ouvimos as histórias de nossos antepassados que passaram por privações no tempo de guerra, ouvimos e talvez estejamos ouvindo, vendo ou mesmo passando por situações assim.

A imagem que muitas vezes nos vem à mente é assustadora, brutal e grotesca, podemos dizer: desumana. Crianças mirradas, vidas subdesenvolvidas, corpos esqueléticos, ossos recobertos de pele, olhos fundos, cheiro de morte. Isto nos assusta e indigna. Podemos falar, gritar, nos envolver e engajar, procurar corrigir e mudar esta situação, ou apenas nos conformar, aceitar isto como realidade que não se muda mais.

Sem perder o foco, mas abrindo o leque, há outro tipo de fome, igualmente assustadora em nosso meio, a fome por direção e sentido para a vida, a fome por Deus e por Sua Palavra. Igualmente vemos homens e mulheres, criados à imagem e semelhança de Deus, vivendo como mortos vivos, pessoas vazias, sem sentido, sem razão, sem propósito, sem esperança. Corpos cambaleantes, espíritos magérrimos, fracos, doentes e sujeitos a toda e qualquer influencia funesta deste mundo que se tornou mal e desumano.

Em Amós 8.11,12 lemos: “Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. Andarão de mar a mar e do Norte até o Oriente; correrão por toda parte, procurando a Palavra do SENHOR, e não a acharão”.

Hoje, eu e você temos fartura, abundancia e facilidade em obter o pão, o pão físico, o pão da Vida e podemos mudar algo neste mundo, ou pelo menos a vida de nosso vizinho, amigo ou colega de estudos ou trabalho que ainda não teve a mesma oportunidade que nós. Pense nisto!

Celso Misfeldt

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