Reflexão

Passividade – Vivendo o Evangelho



Interessante observar como as pessoas ao nosso redor, dentro da nossa congreção (ou igreja local), encaram essa coisa de tomar a sua cruz. Já ouvi algumas barbaridades que nem vou reproduzir aqui, mas tem algumas ideias que merecem meditar.

Uma vez uma senhora comentou que seu marido alcoólatra era sua cruz a carregar. O pastor perguntou “e quando ele se converter, a irmão não terá mais cruz?“. Outra vez uma pessoa, muito simples no seu jeito, comentou que cruz era qualquer coisa que Deus desse e ela não gostasse. Eu perguntei “como faz pra saber se foi Deus que deu?“. Entre essas e outras tantas, precisamos entender que o verso escolhido nos fala claramente sobre “tomar” sua cruz, portanto independente do que seja seu conceito de cruz – é preciso ter atitude e andar em frente.

Em um dicionário li o seguinte “Passividade é acreditar que tudo o que está posto é como deveria ser e nada pode ser feito para alterar.” Isso meu querido leitor, é exatamente o que eu chamaria de contrário, inverso ou antônimo de tomar a sua cruz.

Tomar uma atitude é deixar a passividade de lado, coisa que está faltando para boa parte dos cristãos/evangélicos do nosso tempo, independente de qual seja sua opção teológica, denominação ou região onde vive. Dentro e fora do Brasil, um número enorme de membros de igreja congregam debaixo da liderança de homens que, preparados ou não, são praticamente tudo que estas pessoas têm de Deus em suas vidas. Por quê? Porque estão apassivadas, sentadas, acomodadas, alienadas, conformadas. A religiosidade não é uma virtude, é um vício. A espiritualidade não é sinônimo de religiosidade, por mais que para alguns possa parecer que sim.

A intimidade com Deus vem com esforço, dedicação, foco, busca, renúncia (muita renúncia) e sacrifício. Já parou para pensar que se não sangra nem queima, talvez não seja sacrifício? Já parou para pensar que a necessidade de esforço foi determinada por Deus em Gênesis 3, quando ele disse que o homem teria de trabalhar, nem tudo daria certo? mundo, aflições… lembra?

Deixar a passividade é tomar atitude positiva, é fazer (contrário de não fazer), é agir (contrário de não agir) e abençoar (contrário de só querer ser abençoado). Deixar a passividade é buscar uma forma de ser canal de Deus no mover sobre a Terra, independente de suas limitações. Viver um evangelho autêntico, genuíno, sem ser “aguado” exige uma atitude sem passividade.

Ser passivo é aceitar o que vem de Deus e reagir ao que vem contra Ele. Passividade portanto é semente de mornidão e isso é muito muito mau para qualquer um. O evangelho não é um conjunto de regras, portanto mais do que tudo é necessário olhar para a Palavra de Deus como sendo mais do que um conjunto de códigos a serem seguidos – é uma riqueza de princípios, histórias, palavras de consolo, incentivos, exemplos (bons e maus), referências, enfim é um tesouro ilimitado. Por isso mesmo, ficar passivo (ou fatalista) não pode nos aproximar de Deus em nada, pois todo tesouro precisa ser explorado.

Para viver o evangelho é preciso agir e reagir. Sair do quadradinho, ir além do mínimo, fazer algo mais, surpreender. Estas coisas são limitadas pelas regras. O evangelho é o Poder de Deus portanto não pode ser limitado.

Deus nos abençoe.

 Mário Fernandez

ICHTUS
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