Meio Ambiente
Paraná lança campanha para ampliar preservação da água
24-03-2008 19:53
Tweet“O objetivo é agregar ainda mais pessoas ao contingente – crescente – dos que entendem que a água é um bem finito e que, se não soubermos utilizá-la de forma sustentável, estaremos comprometendo a sobrevivência das futuras gerações”, destaca o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.
Com a ajuda do peixinho “Peixoto”, a campanha é composta por adesivos, folders e cartilhas com dicas simples, que podem ser adotadas por qualquer cidadão para reduzir o consumo como de água. Entre os exemplos, não usar a água corrente enquanto lava a louça (economia de 160 litros de água a cada 15 minutos), na hora de lavar a calçada usar a vassoura e não a mangueira, substituir a válvula de descarga por uma caixa acoplada (economia de 20 litros de água por descarga), entre outras.
Uma recomendação simples do peixinho ‘Peixoto’ é fechar a torneira durante e escovação dos dentes, o que garante uma economia de mais de dez litros de água.
ÁGUA VIRTUAL - Outro material importante que compõe a Campanha “Preserve Nossa Água” é o que aborda um dos conceitos mais recentes, que é o da Água Virtual. “Água Virtual é aquela que consumimos na produção de bens de serviço, desde o início da sua cadeia produtiva e que muitas vezes não é contabilizada”, explicou o secretário, Rasca.
O conceito de água virtual foi criado pelo professor J. Anthony Allan, do Kings College, de Londres. Esse conceito foi consagrado em 2003, durante o III Fórum Mundial da Água, em Kyoto no Japão. O cálculo da água virtual nos processos produtivos é importante para a determinação da quantidade total de água produzida por um país e, quanto este país importa ou exporta de seus recursos hídricos.
O material relaciona o consumo de água utilizada na produção do suco de uma laranja, que não chega a encher um copo quando totalmente espremida. A sua produção, no entanto, implica o uso de cerca de 100 litros de água. Nesse caso, a água, dita virtual, é computada desde aquela que serviu para regar o plantio da laranjeira, o seu crescimento, até aquela água que serviu para lavar a fruta antes de ser ingerida.
Outro exemplo está relacionado á água consumida, por pessoa, em apenas uma refeição. Segundo explica material, uma pessoa que come 250 gramas de arroz, 300 gramas de carne de boi, 200 gramas de legumes e 50 gramas de tomate, consome 6.080,5 litros de água virtual somente por essa refeição. Se a pessoa permutar a carne de boi pela carne de porco, mantida a quantidade de 300 gramas de carne, o consumo passa para 2.405,25 litros de água virtual pela refeição.
O consumo médio de água por pessoa reflete a qualidade de vida que uma região ou país apresenta. Quanto maior o consumo por pessoa maior a qualidade de vida encontrada nesses lugares. O estado da Califórnia nos EUA apresenta o maior consumo médio: 700 litros por pessoa, por dia. O consumo médio geral dos EUA é de 575 litros. No Brasil o consumo médio é de 132, na China 85 e Moçambique 5 litros.
“A idéia é fazer as pessoas perceberem que a água está em tudo o que o ser humano produz para seu consumo. Isso significa que o uso racional deve acontecer também em ações de produção, seja em pequena ou larga escala”, destacou o coordenador de Recursos Hídricos da Secretaria do MeiO Ambiente, Mauri Pereira.
Dados Importantes - Além disso, o informativo produzido pela Secretaria do Meio Ambiente traz informações quanto ao mercado internacional de água virtual, que implica a movimentação de cerca de 15% de toda a água usada no mundo.
“A agricultura é a atividade econômica que mais faz uso da água. No Brasil, assim como na média geral mundial, o consumo de água na agricultura representa mais de 60% do consumo total de água. Os grãos representam cerca de 67% do mercado global de água virtual, 23% estão relacionados com produtos do reino animal, aí incluídos os frutos do mar, e 10% são de responsabilidade dos produtos industriais”, diz o informativo.
No Paraná, de forma diferente à do Brasil, o maior consumo de água é do abastecimento público, com 42%; seguido do uso industrial, com 24%; agricultura com 21%; e pecuária com 13% (considerando o volume outorgado), sendo que 68% da água consumida no estado provém de fontes superficiais e 32% das águas subterrâneas (aqüíferos).
O Brasil é o 10º maior exportador de "água virtual" do mundo, e foi responsável pela comercialização no mercado internacional, entre 1995 e 1999, de uma quantidade entre 10 e 100 milhões de m³ de água embutida em produtos. A maior parte deles teve como destino a Europa.
AEN
Imagem: Divulgação
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