Reflexão

Abuso sexual de crianças - E eu com isso?



Pr. Egon Lohmann

Acabo de ler na revista Veja, a reportagem cujo título surpreende e assusta ao mesmo tempo: “CULTURA DA PEDOFILIA”! No artigo que segue, fala-se do caso de um “juiz do Trabalho que promovia orgias com crianças dentro do próprio gabinete”! (Veja, ano 2009, n. 28 de 15/07/2009). E outro dia, um estranho se aproximou e perguntou a meu filho por meninas de oito a dez anos...estava disposto a pagar. Informado que isto caracterizava pedofilia, irritou-se e perseguiu meu filho no carro, por várias quadras. Onde chegamos? Até parece não haver mais o mínimo de pudor para expor as próprias taras, como se estas já fizessem parte do comportamento coletivo da sociedade! No entanto, não sei o que é pior: Alguém perguntar assim abertamente, expondo suas aberrações - ou o próprio pai, irmão, padrasto, tio e avô, abusando sexualmente de crianças em tenra idade, no “recôndito” do lar. Pesquisas tem apontado que – pasmem! – uma em cada quatro meninas e um em cada seis meninos sofrem de abuso sexual físico ou emocional até os 18 anos!*1. . E atenção: 70% dos abusos são impetrados pelo próprio pai! E isso, inclusive, em famílias de longa tradição cristã! Jesus foi taxativo quanto a tais e outras agressões : “Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos”(Lc 17,1-2).

O que fazer por nossas crianças, ameaçadas por todos os lados e também através da internet, para que sua infância não seja abortada e possam ter um desenvolvimento psicoemocional saudável? Infelizmente não existem receitas prontas. Cabe a cada um de nós ser criativo na vigilância e na busca de soluções. Certamente o anúncio e a vivência do Evangelho ajudarão a atenuar esses males, principalmente se cada um fizer a sua parte. E, entrementes, há que se tomar cuidado, vigiando o uso da internet e não deixando a criança a sós com quem não seja de inteira e absoluta confiança. Importa estar atentos aos sinais físicos, psicológicos e de comportamento diferenciado das crianças. Via de regra elas não falam por conta das ameaças que recebem. Igualmente, por motivo de vergonha ou medo, familiares e vizinhos tendem a fechar-se no que se denominou “pacto do silêncio”.

Isso, porém, ainda não é tudo: Fato é que, quem foi abusado na infância tende a abusar como adulto. Tal pessoa precisa de cura, seja pela ajuda de profissionais competentes, seja por milagre de Deus. Também por este lado é preciso tentar estancar o mal. Tanto para prevenir quanto para tratar da criança abusada, recomenda-se a leitura do Guia do Professor, do Ministério da Educação, sobre o tema. Também o CECOVI presta ótima orientação. Em caso de suspeita, comunique-se o Conselho Tutelar. É o mínimo que podemos fazer.

*1 Fonte: Cartilha do Professor do Ministério da Educação.
*2 CECOVI = Centro de Combate à Violência Infantil

Extraído do JORNAL SINODAL

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