Abelhas sem ferrão são oportunidade de renda em SJP
15-06-2011 20:39
As meliponídeas produzem um mel que chega a ser três vezes mais caro do que o mel das abelhas comuns.
Os produtores rurais de São José dos Pinhais conheceram uma nova forma de obter renda, de maneira sustentável: o cultivo de meliponídeas, abelhas indígenas que não possuem ferrão. Quatorze pessoas participaram do curso promovido em parceria da Prefeitura com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e o Sindicato dos Trabalhadores de São José dos Pinhais.
De acordo com César Ronconi de Oliveira, instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR), existem mais de 300 espécies de meliponídeas. Entre as vantagens de criar este tipo de abelhas está o baixo custo, pois, em virtude de não terem ferrão, não são necessários muitos equipamentos para o manuseio. Outro diferencial é que o preço do mel produzido por elas – mais suave e fino - chega a ser três vezes superior ao do mel produzido pelas abelhas comuns.
“Nós queremos estimular a criação das meliponídeas, pois muitas espécies estão em processo de extinção e elas são extremamente importantes para a polinização das flores”, explica César. As abelhas sem ferrão instalam suas colmeias dentro de troncos de árvore, normalmente madeiras de aroeira, como erva-mate, imbuia, pinheiro araucária, bambu-açu e cedro. Durante o curso, os alunos aprenderam a tirar as abelhas dos troncos e criá-las em caixas racionais, feitas de madeira com espessura grossa, pois as meliponídeas são sensíveis a baixas temperaturas.
O produtor Mauri João Gadotti, de 58 anos, tem uma pequena propriedade na região do Campestre há 30 anos, onde atualmente cria ovelhas. Ele conta que é difícil encontrar atividades que viabilizem pequenas propriedades, mas considerou a meliponicultura uma ideia interessante, ainda mais por exigir pouca mão de obra. “Para a gente, que tem mais de 50 anos, já não dá para ter atividades que exigem muito esforço. Por isso, fiquei muito empolgado com a criação de meliponídeas. Além da venda do mel, dá para multiplicar e vender enxames. Os subprodutos do mel também garantem uma renda extra”, afirma Mauri.
O casal Hiroshi Ota, de 62 anos, e Marina Hamasaki Ota, de 62 anos, encontrou em sua propriedade, na Roça Velha, um tronco cheio de abelhas “diferentes”, que despertou a curiosidade deles. O casal descobriu que eram abelhas Jataí, espécie de meliponídea, e resolveram conhecer mais sobre o inseto. O casal, que cultiva hortaliças, pretende melhorar a renda com a criação das abelhas sem ferrão. “É mais fácil de manipular. Não precisa gastar com equipamentos, dá pra mexer com elas de bermuda mesmo”, diz Hiroshi.
Segundo o secretário municipal de Agricultura, Pedro Persegona, o curso sobre a meliponicultura faz parte da programação de incentivo à agricultura familiar. “Estamos sempre buscando formas de potencializar a agricultura familiar através de novas ideias e ferramentas, para que as pessoas permaneçam no campo, com uma boa renda e de maneira sustentável”, ressalta.
Fotos: Sergio Sabino
Publicado: Comunicação Social da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais