Leopoldo Meyer propõe criação de “projeto piloto” para a conservação dos mananciais do Rio Pequeno
13-04-2005 17:43

O prefeito de São José dos Pinhais, Leopoldo Meyer (centro), com o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, e o deputado estadual Francisco Bührer

Acompanhado pelo deputado Francisco Bührer, prefeito esteve ontem com os presidentes da Sanepar e do IAP


A formação de um grupo de trabalho, que já começa a trabalhar na próxima quinta-feira, foi o primeiro resultado positivo alcançado pelo prefeito Leopoldo Meyer na busca por uma solução para o sério problema gerado pela inclusão, através de decreto do Governo do Estado, da Bacia do Baixo Rio Pequeno como área de manancial da Região Metropolitana. A decisão foi tomada nesta terça-feira, durante encontro do chefe do Executivo de São José dos Pinhais, que estava acompanhado pelo deputado Francisco Bührer e pelo presidente da Associação Comercial, Júlio Canestraro, com o presidentes da Sanepar, Stênio Jacob; o presidente do Instituto Ambiental do Paraná, Rasca Rodrigues; e o procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná e coodenador do Centro de Apoio às Promotorias do Meio Ambiente, Saintclair Honorato Santos.
Já na abertura da reunião, Leopoldo Meyer declarou que foi surpreendido pela assinatura do decreto, em janeiro deste ano, declarando área de manancial a região situada a jusante do Distrito Industrial da Renault. “Anteriormente, esta região pertencia a Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Pequeno, mas deixou de sê-la por ocasião da implantação do Distrito Industrial da Renault, há cerca de oito anos”, lembrou o prefeito, justificando que, em função dessa iniciativa, tanto o Governo do Estado como a Prefeitura e o empresariado investiram pesadamente no empreendimento, por acreditar que a medida era irreversível”.
Trata-se, na verdade, de uma questão muito séria, uma vez que várias empresas já adquiriram terrenos para implantar ou ampliar seus investimentos no município e, agora, lamenta o prefeito, o IAP recomenda que não se conceda nenhum alvará para instalação ou ampliação de indústrias na região. E mais: a medida adotada em janeiro pelo Governo do Estado, conforme dados da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), atinge 46,48 quilômetros quadrados, equivalentes a 30 por cento do perímetro urbano de São José dos Pinhais não englobado pelas áreas de mananciais, onde vivem, segundo dados de 2000 do IBGE, 12.876 famílias ou 47.600 habitantes.
Assim como já vinha defendendo mesmo antes de sua posse, mas já como prefeito eleito, Leopoldo Meyer levou para a reunião uma proposta de transformação da Bacia do Baixo Rio Pequeno em um “Projeto Piloto” de preservação das águas do Rio Pequeno, de modo que a Sanepar possa continuar captando água para tratamento e distribuição à população naquele curso d’água. Desta forma, o monitoramento evitaria qualquer tipo de poluição da água, ao mesmo tempo em que as restrições para o funcionamento de empresas industriais e comerciais não seriam tão rígidas quanto às normas que regem uma Área de Proteção Ambiental (APA).
Além da população diretamente interessada e dos prejuízos que as restrições causarão ao município, principalmente com relação à geração de impostos, as restrições impostas para nova APA atingem 578 usuários comerciais e cerca de 450 industrias que possuem ligações de energia elétrica da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel). Outro dado importante apontado pelo prefeito Leopoldo Meyer é que, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), daqui há 15 anos São José dos Pinhais terá mais 209.900 habitantes – e, portanto, precisa ir se preparando para receber toda essa população.
De qualquer forma, Leopoldo Meyer considera que houve uma evolução a partir da reunião desta terça-feira, na medida em que o Grupo de Trabalho tripartite formado por dirigentes e técnicos da Prefeitura de São José dos Pinhais, da Sanepar e do IAP vai buscar soluções alternativas que assegurem um desenvolvimento sustentável para a área em questão, ao município e à região como um todo. O primeiro passo será levantar de quais indústrias a Sanepar poderá receber o esgoto industrial e quais poderão ser outras alternativas para os demais casos, o que inevitavelmente exigirá uma grande participação de toda a comunidade envolvida.

Publicado: Comunicação Social da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais