Cultura

O sagrado e profano na Obra de Edilson Viriato “The Hot Angel” - Parte IV
27-09-2007 13:31

Ninfas e Sátiro (Willian Apolhe Bouguereau)
Fonte imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ninfa_(mitologia)

A questão do sagrado na arte egípcia ainda continua muito presente; a própria forma “pirâmide” símbolo de vida, e a sua construção são incógnitas. “Como puderam eles trabalhar grandes blocos de calcário, transportá-los por quilômetros, levantá-los e instalá-los com precisão de joalheiros? E tudo sem cabrestante, roldana e veículos de roda!” (BOORSTIN, 1995, p. 114).
Enquanto os egípcios antigos vivem em suas obras originais indestrutíveis, os gregos vivem nos estilos e motivos (BOORSTIN, 1995, p. 123).
A arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência.
A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Na sua constante busca da
perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio e a harmonia ideal. Porém, mesmo em uma civilização tão centrada e intelectualizada, ela encontrou inúmeras formas de manifestações míticas, como os seres mitológicos, Zeus - senhor dos céus; Atenéia - deusa da guerra; Afrodite - deusa do amor; Apolo - deus das artes e da beleza;  Posseidon - deus das águas; entre outros.

“Foi aí, sobretudo, que a maior e mais surpreendente revolução em toda a história da arte produziu seus frutos” (GOMBRICH, 1972 p. 48)
Aos gregos pode-se atribuir o título de fomentadores dos rituais e crenças míticas, sendo que estes idealizadores e sonhadores criaram um verdadeiro cenário onde atuavam o sagrado e o profano, unificados através das suas
crenças, deuses com poderes divinos (voar, lanças trovões, mudar a direção dos ventos), porém com características humanas (inveja, medo, cobiça).
Os romanos, práticos e lutadores, sofreram influências etrusca e grego-helenística e, embora se saiba muito sobre suas conquistas geográficas, adquirindo assim poder e supremacia, o mesmo não pode ser dito sobre sua religiosidade.
Os templos mais conhecidos são: Júpiter Stater, Saturno, Concórdia e César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano, foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império; esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior, e assim o povo reunia-se para o culto.

Os romanos, além de grandes conquistadores (dominaram o mundo), foram grandes engenheiros civis.

Conhecemos tudo sobre as suas estradas, seus aquedutos, seus banhos públicos. Mesmo as ruínas dessas construções ainda conservam seu aspecto extremamente impressionante. [...] Foram essas ruínas, de fato, que tornaram impossível às gerações seguintes esquecer “a grandeza de Roma” (GOMBRICH, 1972, p. 80).


Diferentemente dos romanos, que desenvolviam uma arte colossal e espelhavam seu estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos começaram a criar uma arte simples e simbólica, dentro dos ensinamentos deixados por Jesus Cristo. Devido às perseguições sofridas pelos romanos, a arte paleocristã, na sua primeira fase, caracterizou-se como “catacumbária”, pois os cristãos reuniam-se de forma secreta em catacumbas e disseminavam as informações através de símbolos, como as representações de Jesus Cristo através de um círculo ou peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador".
Outra forma de simbolizá-lo era o desenho do pastor com ovelhas "Jesus Cristo é o Bom Pastor" e também, o cordeiro "Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus".
Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, como por exemplo: Arca de Noé, Jonas engolido pela baleia e Daniel na cova dos leões.
“Para a adoração, aos primeiros cristãos bastava uma simples sala (ou mesmo uma caverna ou catacumba)” (BOORSTIN: 1995, p. 172).
Ainda hoje, podem-se visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma.


Introdução/Resumo/Referência – Parte I

VELO, Katia . O sagrado e profano na Obra de Edilson Viriato “The Hot Angel”. 2007. Monografia. (Aperfeiçoamento/Especialização em História da Arte Moderna e Contemporânea) - Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Orientador: Artur Correia de Freitas.

Publicado: Katia Velo
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