Cultura

Orquestra Sinfônica do Paraná prepara homenagem a Gershwin
11-02-2008 18:58

Os primeiros acordes do ano da Orquestra Sinfônica do Paraná tiveram início nesta segunda-feira (11). São os ensaios para abertura da temporada que acontece no domingo (17), no grande auditório do Teatro Guaíra, às 10h30, com um concerto dedicado ao compositor norte americano George Gershwin, que este ano completa 71 anos de falecimento (1898/1937).

Os solos são da cantora Fátima Castilho (mezzo soprano) e da pianista, Analaura Souza Pinto, que integra o grupo musical. A regência é do maestro Alessandro Sangiorgi. O programa está composto por quatro obras de Gershwin: Abertura Cubana; Rapsodia in Blue; Summertime (da ópera Porgy and Bess) e Um Americano em Paris.

A primeira obra, que abre o concerto, A Abertura Cubana é uma peça curta para orquestra. Composta em 1932, depois de uma estada de Gershwin em Havana, concebida originalmente para piano, com o título “Rumba”.

A descoberta dos instrumentos de percussão cubanos fez com que Gershwin refizesse a partitura. A sua estréia foi em 16 de agosto do mesmo ano, com a New York Philarmonic, sob a regência de Albert Coates, e foi um sucesso.

Rapsodia in Blue, que vem em seguida, foi composta em 1924 por encomenda de Paul Whiteman, dono da mais respeitada orquestra de jazz dos Estados Unidos, na época.

Gershwin teve pouco tempo para compor a obra, somente três semanas. Trabalhou freneticamente na peça, que em princípio chamou de American rhapsody. E por sugestão de seu irmão Ira, que após ter visitado uma exposição de quadros de Whistler, teve a idéia de alterar o nome da música para Rhapsody in blue, como é conhecida até hoje.

A estréia de Rapsodia in Blue foi um grande acontecimento. Teve na platéia personalidades como Stravinsky, Rachmaninoff, Leopold Stokowski, John Philip Sousa. A peça foi recebida com muito entusiasmo, tanto pelo público como pela imprensa.

A terceira obra, Summertime (da ópera Porgy and Bess) foi concluida em 1935. O poema é de DuBose Heyward e Ira Gershwin, baseado numa melodia de ninar ucranina Oi Khodyt Son Kolo Vikon.

Gershwin começou a compor a canção em dezembro de 1933, na tentativa de criar o seu próprio estilo baseado na música folclórica afro-americana A melodia aparece várias vezes ao longo da ópera Porgy and Bess, primeiro cantada por Clara no Ato I como uma canção de ninar e logo após como contraponto aos “craps” jogo cena, no Ato II em uma reprise por Clara, e no III Ato por Bess, cantando ao bebê de Clara.

Encerra o programa, Um Americano em Paris, também um poema sinfônico que apresenta as impressões de um americano visitando Paris.

A peça se inicia com vários temas que sugerem um passeio por Paris, os ruídos das ruas e ambientes. O “americano”, turista assumido, desce o Champs-Elysées e vai sentar-se na mesa de um bar do Quartier Latin. Neste trajeto, guarda várias impressões: uma briga de taxistas para a qual Gershwin exigiu verdadeiras buzinas de automóvel, que geralmente são representadas pelos trompetes; suas andanças sem destino na frente dos teatros de music-hall, evocadas em uma canção popular executada pelo trombone; um flerte imaginário durante um passeio.

A obra ganhou o mundo ao ser tema do filme homônimo estrelado por Gene e Kelly, Leslie Caron, e é considerada uma das melhores produções musicais de Hollywood, em 1951, que narra o romance entre um ex-soldado americano que se tornou pintor na capital francesa e uma empregada de loja.

QUEM ERA - George Gershwin nasceu em 26 de setembro de 1898, no East Side, bairro pobre de Nova York, Estados Unidos, com o nome de Jacob Gershowitz. Era o segundo filho de Moritz Gershovitz e de Rosa Brushkin, ambos imigrantes judeus russos, de São Petersburgo. Os dois tiveram seus nomes americanizados para Morris e Rose, o sobrenome da família também mudou sucessivamente de Gershovitz para Gershvine, Gershvin, até chegar em Gershwin.

Os dois irmãos também tiveram seus nomes alterados, Jacob passou a chamar-se George e Israel, o irmão mais velho recebeu o nome, Ira.

Gershwin compôs a maioria das suas obras em pareceria com o seu irmão. E em suas músicas misturou o clássico ao jazz americano, que é originado nas manifestações da cultural popular das comunidades negras do século XX e desenvolveu-se com a mistura de várias tradições musicais.

Seu arquivo musical compõe obras escritas para a Broadway e para o teatro de concerto clássico.

A composição “Rhapsody in Blue”, onde tentou conjugar as linguagens do jazz e do romantismo lisztiano, tornou-se imensamente popular. Seu Concerto para Piano e Orquestra, menos conhecido, faz extenso uso de motivos de jazz. Ele conheceu igualmente o sucesso na autoria de canções populares. Entre as suas composições, muitas foram usadas no cinema e algumas se tornaram clássicos do jazz.

SERVIÇO

Os ingressos custam R$ 20,00 (platéia) e R$ 10,00 (1º e 2º balcões)
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