Economia

Casas para famílias com renda de até dois salários mínimos são subsidiadas em 75%
16-08-2007 16:28

Mais de 7 mil famílias com rendimento mensal de até dois salários mínimos pagam apenas 12,5% do valor de sua renda por uma casa popular da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). São 72 prestações, com valor médio de R$ 50,00, que resultam no total de R$ 3.600 por uma casa de 40 metros quadrados. O custo é 75% menor que o avaliado pela Cohapar, que não inclui o valor dos terrenos em áreas urbanizadas.

A informação é do governador Roberto Requião e do presidente da Cohapar, Rafael Greca, quando inauguraram, nesta semana, em Cruzeiro do Oeste, 73 moradias do programa Casa da Família, que atende famílias que não têm renda para participar dos programas convencionais de financiamento da casa própria.

A maioria das pessoas beneficiadas pelos programas de casas populares da Cohapar trabalha na construção civil, agricultura ou na prestação de serviços domésticos. O programa, com subsídios de até 75% da Cohapar, já recebeu investimentos de mais de R$ 10 milhões.

FAIXAS – As famílias que recebem até um salário mínimo, por exemplo, pagam apenas R$ 3.420 mil, ou R$ 47,50 mensais, pela casa própria, graças aos subsídios de R$ 6,9 mil Governo Federal e de R$ 7,2 mil do Governo Estadual, por intermédio da Cohapar. Se a renda familiar for maior que um salário, as prestações sobem e o subsídio da Cohapar diminui, mas nunca ultrapassam 12,5% do ganho mensal da família.

Além dos subsídios, o programa Casa da Família, na modalidade caução, conta com contrapartida do município. As prefeituras são responsáveis pela aquisição e doação dos terrenos. Dessa forma, o mutuário não paga pela área e recebe infra-estrutura de saneamento, instalação de luz e água, pavimentação das ruas e pode ser incluído nos programas Luz Fraterna, da Copel, Tarifa Social, da Sanepar, e Leite das Crianças, se a família tiver filhos pequenos.

MUNICÍPIOS - O valor imobiliário das áreas é variável em cada município e região. Em Cruzeiro do Oeste, um dos municípios da região Oeste do estado de mais baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), cada terreno onde a Cohapar construiu, custou aos cofres municipais quase R$ 4,8 mil, incluindo a infra-estrutura de galerias de águas pluviais, extensão de rede de energia e água, e cascalhamento das ruas.

Em Teixeira Soares, nos Campos Gerais, o preço da área adquirida pela prefeitura e doada para a construção de 19 unidades habitacionais, teve custo de R$ 34 mil, ou pouco mais de R$ 1.789 cada terreno, já incluída aí as despesas com terraplanagem, cascalhamento das ruas, iluminação e extensão de rede de água.

“São uma série de benefícios que o governo Requião oferece para as famílias mais humildes e carentes, cumprindo seu compromisso em realizar um governo voltado à opção preferencial pelos mais pobres. É a preocupação com a inclusão social com uma visão humanitária e justa de resgate da dignidade”, ressalta o presidente da Cohapar, Rafael Greca.

EXEMPLOS – Famílias com o perfil do casal Maria Elizete Alves de Melo, 32 anos, e Dilmar de Melo, 37, são prioridade no cadastramento feito pelas prefeituras. Eles viviam até pouco tempo num barraco de uma favela, na cidade de Sengés, sem divisória nem forro, com seis filhos e mais um a caminho. “Nem acredito que vamos morar numa casa de verdade. Ela é linda, tem água e luz”, disse, com alegria, o casal.

O mesmo sentimento de esperança toma conta de Eva Camargo dos Santos, 37 anos, casada com Orlando Pires dos Santos, 52, de Teixeira Soares. O casal tem 4 filhos (19, 14, 8 e 6 anos). A menina de 14 é deficiente e o marido é trabalhador volante, mas está parado por causa de problemas de saúde. Vivem com o pouco salário que o filho mais velho recebe fazendo bicos, e do benefício da filha especial. “Nunca imaginei que esse dia chegaria na minha vida”, disse ao receber as chaves da casa. “Era o sonho que tive um dia, mas a vida sacrificada me fez entender que era impossível. Hoje, vejo que, aos olhos de Deus, nada é impossível. Há uns três anos não tivemos mais condições de pagar aluguel e passamos a viver numa casinha de três peças, sem água nem luz, cedida pela prefeitura. Foi o que nos salvou, pois não tínhamos para onde ir”, lembra Eva.

AEN
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